– Que planos tem para a vida, Antón?
– Não sei que planos tem a vida para mim.
– Quero dizer... em que é que vai trabalhar?
Eu gostava de lhe dizer que a prisão me ensinou a não trabalhar, mas não digo nada. Contudo, o Honorável Gordo Tudela não consegue parar de se preocupar com o destino que me espera fora da prisão.
– Como vai aproveitar a liberdade? O que vai fazer?
– Pretendo sentar-me à beira de um caminho deserto e sentir-me livre, e olhar para o céu, e sorrir. Isso é tudo o que pretendo fazer.
Jesús Zárate, A Prisão, Oficina do Livro, Fev. 2007
(Recomendo vivamente a leitura deste livro, prefaciado por Urbano Tavares Rodrigues)
1 comentário:
Belíssimo texto em especial a última fala.
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