sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Na mouche

Da entrevista do juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Dr. Pinto Monteiro, ao Público de hoje (link só para assinantes), eu escolho esta passagem:

«... concordo que é absolutamente inconcebível que exista um governo que queira tomar medidas sobre a justiça em Portugal sem ouvir os magistrados judiciais e os do Ministério Público. O ministro formou uma comissão de professores e advogados para se pronunciarem sobre os problemas da justiça sem nenhum magistrado. Não é possível tomar medidas sobre a justiça em Portugal, ou em Espanha, em França ou na China, sem que se oiçam os magistrados. Não me lembro de os juízes serem tão maltratados. Este governo ou qualquer outro toma as medidas que quiser contra os juízes à vontade. Porque a esmagadora maioria do povo está contra a justiça. Os juízes são a face aparente da justiça, logo está contra os juízes.»

1 comentário:

xavier ieri disse...

É o que eu digo: De conquista em conquista até à derrocada.
Infelizmente, e isso também no domínio da opinião pública, a derrocada em matéria de justiça tem antecipado bode expiatório: Os magistrados.
Nunca, como hoje, se percebeu que a democracia portuguesa é um arremedo de democracia.
O princípio da separação de poderes, essencial ao equilibrio institucional e à estabilidade nas instituições para o seu bom funcionamento e desempenho, é actualmente retórica, esvaziado que foi do seu conteúdo essencial.
A queda da justiça, entre o mais, pela mão de gentalha política, incompetente, vai arrastar Portugal para o fundo dos fundos.
A menos que pessoas de bem e de bom senso tomem conta do leme, urgentemente.