sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Polícia desmantela rede que defraudou bancos em “milhões de euros”


MARIANA OLIVEIRA
Foram realizadas 16 buscas e detidas cinco pessoas, duas das quais ficaram presas preventivamente.

Na operação foram apreendidos 17.300 dólares falsos RUI GAUDÊNCIO
O Ministério Público, com o apoio da PSP, desmantelou na semana passada uma rede que se dedicava a falsificar documentos para conseguir empréstimos bancários que defraudaram vários bancos que operam em Portugal em vários milhões de euros.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) divulgou nesta quinta-feira que realizou há uma semana 16 buscas na área da Grande Lisboa, tendo detido cinco suspeitos, dois dos quais ficaram em prisão preventiva.
O comunicado da PGDL precisa que duas das buscas ocorreram em escritórios de advogados, uma numa agência imobiliária e outras oito foram domiciliárias.
“Segundo a prova indiciária recolhida, estes suspeitos faziam empréstimos junto de instituições bancárias com documentação falsa (supostos recibos de vencimento, declarações de IRS, notas de liquidação de IRS, comprovativos de morada e de trabalho), de forma idónea a convencer os bancos da solvabilidade económica dos clientes angariados e candidatos aos empréstimos”, lê-se na nota.
O inquérito, que teve início no ano passado, está a ser dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, que começou a investigá-lo como uma simples falsificação. A investigação, que está delegada na 5.ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP, foi juntando as peças deste complexo puzzle, tendo detectado uma rede que se dedicava a falsificar documentos para conseguir empréstimos sem qualquer tipo de garantias. Depois de entregarem o dinheiro, as instituições de crédito deixavam de conseguir encontrar os alegados clientes e algumas garantias, que se verificava serem fictícias.        
“Foram apreendidos 17.300 dólares falsos, inúmera documentação falsa, artigos em ouro e uma cópia electrónica de um selo branco das Finanças. Os detidos foram presentes para primeiro interrogatório judicial, indiciados por crimes de falsificação de documentos, burla qualificada, aquisição de moeda falsa para pôr em circulação”, completa o comunicado da PGDL.
Dois dos arguidos ficaram em prisão preventiva e os outros três ficaram obrigados a apresentações quinzenais e semanais na polícia. As buscas foram executadas pela PSP, tendo tido a participação de seis magistrados, três procuradores e três juízes de instrução criminal. O Ministério Público assinala que os interrogatórios judiciais começaram na sexta-feira à tarde e só terminaram no sábado.
Público, 15-02-2013

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