Baltasar
Garzón, um dos homens mais ameaçados de Espanha, viu a sua segurança pessoal
ser reduzida drasticamente: perdeu o carro blindado e é apenas protegido por um
guarda-costas que o segue para todo lado em transportes públicos.
Baltasar
Garzón, juiz suspenso da Audiência Nacional espanhola, teve a seu cargo alguns
dos mais perigosos processos judiciais do país. Investigações sobre alegadas
ligações entre a organização separatista basca ETA e o Governo presidido por
José Maria Aznar; casos de crime organizado e narcotráfico internacional e
crimes da era do franquismo são alguns dos processos que teve entre mãos.
"Levo
32 anos de serviço público e 23 anos como juiz da Audiência Nacional. Depois de
tantos anos, estou farto de ter escolta, mas se é necessário reduzi-la,
gostaria de alguém me explicasse porquê para poder estar tranquilo" -
declarou Garzón ao jornal espanhol "El País".
Garzón
alega que foi o próprio guarda-costas que o informou da redução do dispositivo
que garantia a sua segurança pessoal e que nunca ninguém do Governo o
esclareceu oficialmente.
Antes
desta alteração, o juiz entretanto suspenso, não podia deslocar-se sem mais do
que um segurança e num carro blindado, por ser elevado o risco de vida que
corria na sequência da sua profissão.
Agora,
o atual assessor do Governo espanhol relata situações caricatas como
deslocar-se no seu carro particular, enquanto o seu guarda-costas o tenta
seguir de autocarro, metro ou comboio carregado de material de segurança.