terça-feira, 14 de maio de 2013

O Ministério Público Europeu

Por António Cluny
publicado em 14 Maio 2013 - 07:00
Não é por existirem muitos mais casos de criminalidade económica e financeira nos países do Sul da Europa que os seus tribunais são chamados a intervir mais vezes
Embora não com a acuidade que porventura se deveria exigir, parece avançar a preocupação com o desenvolvimento de um direito global e de mecanismos jurídicos e judiciários que permitam concretizá-lo e dar-lhe efectividade.

Para a consciencialização dessa necessidade contribuiu a agudização da crise económica, financeira, política e civilizacional que o mundo vive e que, de forma já muito evidente, põe em causa os próprios fundamentos básicos dos regimes democráticos.

A consciência de que o capitalismo financeiro actual foi capaz de desenvolver meios informais de “governo”, susceptíveis de se impor à vontade dos povos e às suas constituições e leis, parece por fim ter despertado, não apenas as reflexões intelectuais de muitos filósofos e juristas, como também a própria vontade política de alguns responsáveis por entidades transnacionais, como é a União Europeia.

Vem isto a propósito da ideia de se avançar para conjunção do Eurojust e da OLAF numa única instituição: um Ministério Público Europeu e independente.

Claro que a vontade de seguir nesta direcção tem esbarrado em várias ordens de obstáculos.

De um lado, a oposição dos que receiam a capacidade de intromissão de um procurador independente nos bastidores de medidas e negócios que apadrinharam e que muitas vezes foram a causa directa da situação actual.

De outro, a preocupação de muitos estados com a preservação de laços de dependência dos seus próprios MP ao executivo, o que sempre lhes permitiu usar de alguma “oportunidade” na perseguição dos crimes que os relacionam com os interesses privados, nacionais ou estrangeiros.

Não por acaso, estas duas ordens de razões coincidem, em regra, nos mesmos estados.

Ao contrário do que muitos pensam, não é verdadeiramente por existirem muitos mais casos de criminalidade económica e financeira nos países do Sul da Europa que os seus tribunais são chamados a intervir mais vezes.

O que acontece é que nestes países os respectivos MP gozam em geral de uma maior autonomia, o que lhes permite, pese a sua alardeada “ineficiência”, desenvolver iniciativas processuais mais contundentes e intrusivas nos interesses que procuram contornar ou violar as leis.

Ainda recentemente, enquanto no nosso país prosseguia uma investigação criminal grave e complexa, por causa de um negócio internacional, num outro país o processo que aí decorreu, por parte dos factos nele ocorridos, saldou-se por um conveniente acordo entre o respectivo MP e os arguidos. Tudo culminou, como convinha, na aplicação rápida de uma multa irrisória, atento o volume financeiro do negócio em causa.

Escusado será dizer que o prejudicado foi o estado português e beneficiados foram o estado estrangeiro e, entre outros, a empresa que negociou esse contrato.

Neste, como noutros casos, a celebrada eficiência do Norte europeu não coincidiu, com efeito, com a efectividade da justiça. Esta é que ali foi usada em benefício da eficiência económica dos negócios e dos interesses nacionais correlativos.

É neste contexto, e no de uma globalização sem regras nem peias, que convém pensar seriamente na criação de sólidos e isentos instrumentos de iniciativa processual a nível europeu.

Só com órgãos de iniciativa processual independentes, e que disponham de competências alargadas e meios adequados, se avançará para uma efectiva regulação dos interesses, para a salvaguarda das leis e da democracia e, enfim, para a necessária realização da justiça.

Jurista e presidente da MEDEL
Escreve à terça-feira

Imprensa [ASJP]


Imprensa [SMMP]


Notícias do dia [Ministério da Justiça]

Diário da crise - Vai ser julgado

Traficante internacional preso em aldeia

Ladrão de ambulância que foi solto falta a tribunal

Obrigado a pedir desculpa a filhos de casal que matou

Teixeira da Cruz

Estatísticas

Cadáver mistério intriga Judiciária

Unidos no combate contra fraude fiscal

Atropelou casal amigo e fica com pena suspensa

Cobrava na prisão renda de prostitutas no monte

Trio armado rouba ouro e 17 mil euros de casa

Patrão da Conforlimpa vai a tribunal

Cadáver de jovem ainda por identificar

Movimento reforça ação contra Menezes

Líder da Conforlimpa julgado por fraude fiscal

Cidadãos contra taxa no subsídio

Helena Roseta quer esclarecimentos sobre alegado favorecimento do BES
Em causa denúncia entregue na Procuradoria sobre um contrato de cessão de créditos a favor da EPUL A vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa, Helena Roseta, anunciou ontem ter pedido esclarecimentos sobre o alegado favorecimento do Banco Espírito Santo em detrimento do Santander Totta num contrato de cessão de créditos a favor da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL).

Patrão da Conforlimpa julgado por fraude fiscal
O presidente da Conforlimpa, Armando Cardoso, vai ser julgado por associação criminosa e fraude ? scal quali? cada.

Desempregados sem rendimentos não querem pagar impostos
Queixa contra autoridades tributárias é hoje apresentada na Provedoria de Justiça e reclama o direito de resistência Natália Faria Um grupo de cidadãos - desempregados mas não só - apresenta hoje na Provedoria de Justiça uma queixa contra a Autoridade Tributária e Aduaneira por esta cobrar impostos a pessoas sem rendimentos.

Provedor de Justiça questiona câmara sobre bares ilegais no Cais do Sodré
Provedor de Justiça questiona câmara sobre bares ilegais no Cais do Sodré MIGUEL MANSO Moradores apresentaram uma série de queixas a António Costa sobre o lixo, o ruído e o vandalismo decorrentes da animação nocturna É quase uma da manhã de sextafeira.

Tribunal da Relação de Lisboa acaba por absolver Miguel Veiga de plágio
Após ter sido condenado, em Junho do ano passado, por plágio de parte de um livro de João Sousa Dias, professor de Filoso? a, num ensaio publicado em livro, em 2008, o advogado e fundador do PSD Miguel Veiga foi agora absolvido pelo Tribunal da Relação de Lisboa.

BE pede ao tribunal a perda de mandato de Mesquita Machado
MANUEL ROBERTO O socialista Mesquita Machado é presidente da Câmara de Braga há 37 anos Em queixa apresentada ontem no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB), o Bloco de Esquerda defende que o socialista Mesquita Machado, há 37 anos na presidência da câmara local, deve perder o mandato, por ter participado na aprovação da expropriação de um conjunto de prédios que estavam hipotecados pela sua ? lha.

Perícias mais complexas atrasam processos sumários

Magistrados querem maior especialização

Engenheiro burla seguradoras com falsas avarias de trovoada
DECISÃO Um engenheiro mecânico atualmente a trabalhar no sector automóvel em Inglaterra foi condenado, pelo Tribunal de Albergaria-a-Velha, a três anos e meio de cadeia por burlas a várias companhias de seguros num total de 128 mil euros.

25 ´correios´ de droga detidos por mês desde janeiro

Caso Conforlimpa vai a julgamento

Juíza acumula comarca com Conselho Superior da Magistratura

O ministério Público Europeu

Presidente da conforlimpa vai mesmo a julgamento

Contrato de trabalho ou contrato de prestação de serviços?

O lado negro da Net

A raiz do atraso português
A raiz do atraso português Opinião Nestes dias tivemos duas noticias tristes mas de contornos diferentes.

Abreu Advogados
ABREU ADVOGADOS Pedro Pais de Almeida, sócio da Abreu Advogados, foi eleito Chairman of the Advisory Board da Consulegis para o triénio 2013-2015, na última AGM & Spring Conference realizada em Munique, Alemanha.

Agenda do dia
AGENDA DO DIA ? Comissão de Assuntos Europeus recebe em audição o Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, prévia ao Conselho Europeu Extraordinário de 22 de Maio.

Francisco Barona passa a sócio da SLCM
Francisco Barona passa a sócio da SLCM O advogado Francisco Barona passou a sócio da sociedade Serra Lopes Cortes Martins & Associados.

E Responsabilidade?
BLOGOSFERA À DIREITA ? Acredita que a comissão de inquérito aos ‘swaps’ vai apurar os verdadeiros responsáveis? E Responsabilidade? Vera Gouveia Barros Docente universitária Convinhamos: assacar responsabilidades não é exactamente aquilo que fazemos melhor.

Freguesias aguardam resposta da PGR para evitar extinção
Freguesias aguardam resposta da PGR para evitar extinção TC decide até ao final do mês lei das comunidades intermunicipais.

Presidente da Conforlimpa vai ser julgado por fraude

Financiamento através do Mercado de Capitais
A Bolsa Portuguesa, em associação com o Jornal de Negócios e juntamente com vários parceiros financeiros e jurídicos, realiza na manhã de 22 de Maio a conferência VIA BOLSA.