Agradeço ao Vasconcelos, conhecido no Seminário pelo Calhordas, tal era a sua vocação celestial, o convite honroso para participar, “querendo e quando lhe aprouver”, neste “espaço plural” onde, acrescenta o Calhordas, “pontificam sábios do direito”, o que eu entendo como, sem ofensa, malabaristas da jurisprudência. Honrado, ainda que pobre nos dotes e na lei, aceito corresponder ao convite do dito, o Vasconcelos, aprendiz desistente de homilias, prometendo algumas achegas de prontuário à justiça do país. Não será que a justiça precise delas, mas, como realça o Calhordas no convite já aludido, a contribuição de cada um, por mais modesta, “será a força de todos”. Contra quem não o explicou ele, Calhordas de meias-verdades e recônditas intenções, ou não tivesse seminariado o suficiente, se disser dez anos não mentirei, para ganhar a ductilidade da alma que lhe permite um presente judiciariamente descansado. Estarei, pois, entre doutores, de livros escritos e decisões arrasadoras, com esse propósito firme de não desiludir a confiança do Vasconcelos, a quem, quase, só faltou dizer a primeira missa, e, porventura, com essa esperança de me não desiludir por não ter sabido corresponder às expectativas do Calhordas. Parafraseando o padre Licínio, octagenário lúcido e especialista em dogmática neo-testamentária, à confiança de um gesto apenas pode responder-se com um gesto ainda mais confiante. Obrigado, Calhordas.