quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Caso dos submarinos
Tribunal mantém prisão preventiva para suíço Michel Canals
O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) manteve em prisão
preventiva o suíço Michel Canals, detido por alegados crimes de fraude fiscal
qualificada e branqueamento de capitais, disse hoje à Lusa fonte judicial.
Michel Canals, alegado cabecilha de uma rede, está em prisão
preventiva desde 19 de maio, juntamente com outro dois arguidos - Nicola
Figueiredo e Francisco Canas-, existindo ainda José Pinto a quem foi estipulada
uma caução de 200.000 euros e determinada a proibição de ser ausentar do país até
a pagar e de contactar com os outros suspeitos.
O juiz Carlos Alexandre, do TCIC, decidiu renovar a medida de
coação aplicada há três meses, no seguimento da reavaliação trimestral prevista
para todos os arguidos submetidos a medidas de coação privativas de liberdade.
Os quatro arguidos, detidos, em maio, pelo Departamento Central de
Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Inspeção Tributária, faziam parte de
uma rede que operava a partir da Suíça, aproveitava o BPN de Cabo Verde e era
usada "por empresários, advogados e políticos, como Duarte Lima".
Entre os detidos, estão três sócios de uma empresa suíça - a Akoya
Asset Management -, que oficialmente geriam e faziam aplicações de fortunas de
clientes portugueses, mas na verdade angariavam clientes para bancos da Suíça e
"atuavam como testas de ferro, criando empresas 'offshore' nas quais era
colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de
capitais".
Na ocasião, segundo disse à agência Lusa uma fonte da unidade de
ação fiscal da Guarda Nacional Republicana, a operação foi desencadeada no
âmbito ou na sequência da operação "Furacão".
O juiz Carlos Alexandre decidiu também manter Duarte Lima em
prisão domiciliária, medida de coação em vigor desde maio, depois de o ex-líder
parlamentar da PSD ter passado meio ano em prisão preventiva por suspeita da
prática dos crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e
branqueamento de capitais, num caso relacionada com a compra de terrenos em
Oeiras com dinheiros do Banco Português de Negócios (BPN).
Jornal de Noticias de 15 de Agosto de 2012
E se um líder terrorista fosse preso com a ajuda de um algoritmo?
O grupo que atacou as Torres Gémeas serviu para testar
ferramenta que analisa fenómenos em rede (Ray Stubblebine/Reuters
(arquivo))
Um falso rumor na Internet tem uma fonte
primordial, assim como uma epidemia tem início num surto localizado ou uma rede
de terroristas tem um líder que comanda actos como o ataque de 11 de Setembro
de 2001. O que costuma ser difícil, mas determinante para combater estas
situações, é encontrar a origem destes fenómenos que acontecem através de redes
de comunicação. Mas um algoritmo desenvolvido por um português, com outros
colegas, pode ajudar a determinar a origem de fenómenos deste tipo, com poucos
pontos de monitorização destas redes. O estudo foi agora publicado na revista Physical
Review Letters.
Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda morto em 2011, foi o responsável último pelos ataques às Torres Gémeas e ao Pentágono e pela tentativa falhada à Casa Branca, a 11 de Setembro de 2001. Mas foi Mohamed Atta, o piloto do avião que embateu contra a torre Norte, que organizou o esquema terrorista. Poucos dias depois dos ataques, os Estados Unidos conseguiram unir as ligações da rede terrorista e Atta foi identificado como o responsável pelo esquema.
Pedro Pinto, cientista português a trabalhar na Escola Politécnica Federal de Lausana, Suíça, chegou quase à mesma conclusão, quando utilizou um modelo algorítmico que desenvolveu com Patrick Thiran e Martin Vetterli, ambos da mesma instituição. "Para o modelo funcionar, é preciso perceber a rede", disse Pedro Pinto.
Um exemplo muito actual é o Facebook, uma rede social onde as pessoas têm amigos, que por sua vez têm mais amigos, alguns comuns, outros não, e assim sucessivamente. Cada pessoa é um nó nesta rede e quando um rumor é lançado por alguém propaga-se. A altura em que esse rumor chega a um dado utilizador depende do número de nós que há entre essa pessoa e a fonte do rumor, e o tempo que a informação demora a ser transmitida de nó em nó.
Segundo Pedro Pinto, que fez Engenharia Informática na Universidade do Porto antes do doutoramento no Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e de ir para a Suíça, o estudo dos vírus informáticos ajudou muito a prever como se propaga a informação na Internet. Mas o inverso, detectar a origem dos vírus quando eles já estão espalhados, não era nada fácil.
Para resolver esse problema, a equipa partiu de uma investigação sobre um surto de cólera na África do Sul. "Tínhamos os dados, formulámos o modelo de como o vírus se propagou [nas redes de água, de transportes e nos rios] e desenvolvemos os métodos para determinar a origem [do surto]", explicou o cientista. Depois, a equipa testou o algoritmo noutro tipo de redes.
Um desafio complicado é o das redes terroristas: estão escondidas, a informação passa de várias formas entre os seus membros e com frequência muito variável. O grupo responsável pelos ataques do 11 de Setembro foi alvo de testes deste algoritmo, chamado SparseInf. Para tornar o teste realista, a equipa partiu do princípio de que só conseguia espiar a informação que passava por dois elementos da rede.
Os cientistas utilizaram a informação que foi publicada nos jornais sobre as ligações entre os 62 elementos conhecidos da rede. Fizeram vários testes à procura do seu líder, em que um dos membros espiado era sempre o mesmo e o outro variava. Num dos pares, o algoritmo conseguiu reduzir os potenciais cabecilhas dos ataques do 11 de Setembro a três terroristas - e um deles era Mohamed Atta.
Apesar dos aperfeiçoamentos que ainda são necessários, o algoritmo mostra que "um pequeno número de observadores pode ser uma alternativa eficiente à monitorização de cada um dos nós numa rede", conclui o artigo. E pode ser pensado para situações tão diversas como a monitorização de uma substância tóxica introduzida numa estação de metro ou o alastrar de uma pandemia global de aeroporto em aeroporto. "Quase todos os sistemas podem ser modelados por redes", diz Pedro Pinto, que vai disponibilizar o programa no seusite para "quem quiser brincar com ele".
Agora, o cientista está interessado em estudar os nós mais influentes na Internet, como blogues, que podem, por exemplo, permitir às agências publicitárias escolher um público-alvo para um produto.
Nicolau
Ferreira
Público 15 de Agosto de 2012
Multas por falta de inspecção automóvel aumentaram 5% no primeiro semestre
Mais de
30 mil casos
Mais de trinta mil condutores foram multados por
falta da inspecção periódica obrigatória dos veículos no primeiro semestre do
ano, contraordenação que aumentou 5% em relação ao mesmo período de 2011.
Dados
disponibilizados à Lusa pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR)
indicam que as forças de segurança multaram 32.562 condutores por falta da
inspecção periódica obrigatória nos primeiros seis meses do ano, mais 1607 do
que no primeiro semestre de 2011, quando se registaram 30.955 infracções deste
tipo.
A tendência de aumento do número de contra-ordenações por falta de inspecção periódica obrigatória registou-se já em 2011, quando as multas aumentaram cerca de 25% relativamente a 2010.
De acordo com a ANSR, em 2011 foram levantados 60.995 autos, enquanto em 2010 registaram-se 48.913 contraordenações por não sujeição do veículo a inspecção periódica obrigatória. Segundo o Código da Estrada, o montante mínimo da multa é 250 euros.
Falta de seguro também aumenta
Outra das contraordenações que também está a aumentar é por falta de seguro obrigatório de responsabilidade civil.
Os dados da ANSR referem que a PSP e a GNR multaram 12.179 condutores no primeiro semestre deste ano por falta de seguro obrigatório, mais 1989 do que no mesmo período do ano passado, quando levantaram 10.190 autos.
A ANSR adianta que as forças de segurança registaram um total de 23.345 contraordenações por falta de seguro em 2011, coima que tem o montante mínimo de 500 euros.
A tendência de aumento do número de contra-ordenações por falta de inspecção periódica obrigatória registou-se já em 2011, quando as multas aumentaram cerca de 25% relativamente a 2010.
De acordo com a ANSR, em 2011 foram levantados 60.995 autos, enquanto em 2010 registaram-se 48.913 contraordenações por não sujeição do veículo a inspecção periódica obrigatória. Segundo o Código da Estrada, o montante mínimo da multa é 250 euros.
Falta de seguro também aumenta
Outra das contraordenações que também está a aumentar é por falta de seguro obrigatório de responsabilidade civil.
Os dados da ANSR referem que a PSP e a GNR multaram 12.179 condutores no primeiro semestre deste ano por falta de seguro obrigatório, mais 1989 do que no mesmo período do ano passado, quando levantaram 10.190 autos.
A ANSR adianta que as forças de segurança registaram um total de 23.345 contraordenações por falta de seguro em 2011, coima que tem o montante mínimo de 500 euros.
Público, 15
de Agosto de 2012
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