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quarta-feira, 17 de abril de 2013
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Vila do Conde sem solução para a degradação do seu monumento mais imponente
ABEL COENTRÃO
Público - 17/04/2013 - 00:00
O edifício está muito degradado e precisa de obras urgentes ADRIANO MIRANDA
Câmara organiza amanhã um cordão humano em torno do Convento de Santa Clara, cuja defesa mobiliza um grupo de cidadãos
Câmara organiza amanhã um cordão humano em torno do Convento de Santa Clara, cuja defesa mobiliza um grupo de cidadãos
A Câmara de Vila do Conde vai aproveitar o Dia Internacional dos
Monumentos e Sítios, que amanhã se comemora, para voltar a chamar a atenção do
Governo para o estado de degradação a que está votado o seu monumento mais
vistoso. A cidade está a ser mobilizada para participar num cordão humano em
defesa do Convento de Santa Clara, edifício que nas últimas semanas atraiu no
Facebook dezenas de cidadãos num movimento que pretende encontrar usos
possíveis para o imóvel do século XVIII, projectado por Henrique Ventura de
Sousa Lobo, autor da Cadeia da Relação do Porto.
Passaram pouco mais de 110
anos desde que o ministro da Justiça de um país em bancarrota, Campos
Henriques, explicava aos deputados do reino o projecto de instalação de um
reformatório para menores no Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, que
abriria em 1902. "O que eu desejo fazer é esta obra meritória: o
aproveitamento de um convento arruinado que pertence ao Estado e que este tem
desaproveitado para o converter de uma nulidade numa coisa prestimosa e útil à
sociedade."
O reformatório - que ao
longo do tempo foi tendo vários nomes - deixou o edifício em 2008. Depois disso
ele ainda foi utilizado pelo Ministério da Justiça como sede provisória do
tribunal local, que esteve em obras. Mas quando estes serviços saíram dali, em
2010, o imóvel passou a ser sede de outras actividades, algumas delas
criminosas, como o PÚBLICO pôde verificar numa visita ao seu interior, no ano
passado. E entretanto, o país voltou a uma situação que nos faz lembrar esses
difíceis anos entre o final do século XIX e o início do século XX.
A arquitecta Paula Silva,
directora regional de Cultura do Norte, conhece bem este monumento. E assume
que a sua dimensão dificulta a definição de uma solução que o salvaguarde.
Aparentemente gorada a hipótese de ser reconvertido para Pousada de Portugal -
um protocolo com mais de uma década nunca foi cumprido -, fazer dele uma
unidade de saúde ou um estabelecimento de ensino seria uma hipótese, nota a
arquitecta, ao mesmo tempo que assume "não haver no nosso país
tradição" de aproveitar estes grandes imóveis em vez de se fazer
construção nova.
Enquanto isso, lá dentro,
todo o cobre da rede eléctrica e telefónica foi roubado e, para descarnar os
fios do PVC, os ladrões chegaram a usar papelada do tribunal, que ficou para
trás, para atear fogo, com o qual o derretiam. E os pequenos focos de incêndio
são apenas alguns dos problemas que o imponente monumento causa à cidade.
Pedras da fachada já caíram sobre umas casas na Avenida Figueiredo Faria, não
causando, por sorte, vítimas.
Vice-presidente da câmara e
responsável pelo Urbanismo e Protecção Civil, o vereador António Caetano
considera que cabe à autarquia "despertar consciências para o
problema". O autarca lembra que, há meses, numa visita do
primeiro-ministro a uma empresa local, o edil Mário Almeida convidou Pedro
Passos Coelho a visitar o convento, mas não obteve resposta.
A vontade de salvar o
monumento já gerou uma petição com quase 3500 signatários, mas nada aconteceu.
Cansados do impasse, um trio de cidadãos locais reactivou já este ano uma
página do Facebook em defesa do mosteiro (como é conhecido o edifício na
cidade), e, no início do mês, conseguiu reunir 50 pessoas no centro paroquial
de Vila do Conde, num encontro do qual saíram ideias para várias iniciativas. A
câmara recebeu-os anteontem, "satisfeita por ver a sociedade civil
mobilizar-se em torno da causa".
Ao PÚBLICO, uma das
promotoras deste movimento, Ana Isabel Igreja, explica que o objectivo é pensar
soluções para o edifício e, para isso, vão convocar para um encontro todas as
associações do concelho, já no dia 26 de Abril. "Não nos queremos
substituir aos responsáveis, mas podemos propor projectos." Funcionária do
Instituto de Emprego e Formação Profissional, esta vilacondense assinala que no
próprio IEFP há soluções que poderiam ser aproveitadas. O CEI-Património,
notou, "permitiria contratar vinte pessoas e pô-las ao serviço da
reabilitação" do imóvel.
"Num concelho que, em
Fevereiro, viu 631 pessoas ficarem sem emprego, e apenas 21 arranjaram
trabalho, pôr o mosteiro ao serviço do emprego seria muito importante",
argumenta Ana Isabel. Que, podendo, espera participar no "abraço" de
amanhã. Para esta iniciativa, que tem um perímetro bastante grande, dada a
dimensão da propriedade, a autarquia está a mobilizar também as escolas.
"Vai ser uma acção ordeira, mas que esperamos carregada de
significado", antecipa o vereador António Caetano.
Reformados bancários preparam contestação à CES
RAQUEL
MARTINS
Público - 17/04/2013 - 00:00
Os reformados bancários encaram a
"possibilidade" de avançar com acções para os tribunais
administrativos, para contestarem a Contribuição Extraordinária de
Solidariedade (CES) aplicada às pensões, norma que o Tribunal Constitucional
(TC) viabilizou.
"Estamos a analisar a
possibilidade de avançarmos com acções colectivas para os tribunais
administrativos", adiantou Modesto Morais, presidente da Associação dos
Reformados e Pensionistas Bancários, em conferência de imprensa.
Os reformados do sector
contestam o corte de 3,5% a 10% aplicada às pensões acima de 1350 euros, mas
que no caso das pensões mais altas pode chegar aos 40%.
"Queremos hoje
desmistificar as nossas fortunas", começou por dizer Afonso Diz,
presidente do Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, numa
conferência de imprensa conjunta, em que os dirigentes das duas estruturas
distribuíram uma tabela com o valor das pensões no sector. Segundo o documento,
o valor máximo de uma pensão de reforma no sector é de 2344 euros brutos, mas
se somarmos as diuturnidades chega aos 2630 euros, precisou Modesto Morais.
Na óptica do Governo,
sublinhou, a CES é "uma medida incluída na redução da despesa e com ela
visa-se alcançar um efeito equivalente à medida da redução salarial aplicada
aos trabalhadores do sector público. Mas tal não corresponde à verdade, porque
o Governo integrou os fundos de pensões dos empregados bancários, tendo para o
efeito recebido seis mil milhões de euros".
"O Estado não teve
despesa nenhuma connosco. O Estado aproveita-se disso [do argumento da crise]
para enriquecer à nossa custa", acusou, acrescentando que "a
generalidade das pensões dos trabalhadores bancários [com excepção dos do Totta
Santander] não é suportada pelos orçamentos da Segurança Social ou da Caixa
Geral de Aposentações, e como tal não se trata de uma redução de despesa".
Na conferência de imprensa
estava prevista a participação do Movimento dos Reformados Indignados (MRI)
liderada por Filipe Pinhal, mas que acabou por não comparecer.
Também a APRE - movimento de
reformados criado no ano passado - já avançou com acções em vários tribunais
para contestar a CES.
O TC entende que a CES é
"uma medida conjuntural de carácter transitório, justificada por situação
de emergência económica e financeira" e por isso não tem "carácter
confiscatório". E no acórdão diz que esses efeitos devem ser aferidos
"em relação a determinado contribuinte em concreto". com Lusa
Direitos com Razão
Corredor Lanas, Cristina, Peña Echeverría, Javier, Derechos
con razón Filosofía y Derechos Humanos, Editorial Lex
Nova, S.A., Valladolid 2013, ISBN: 9788493864378
Resumo do livro
Ante las vulneraciones e incumplimientos que sufren los
derechos humanos, la tarea más acuciante parece ser la de su reivindicación y
defensa. Pero reconocer la urgencia de esta tarea no debería hacer olvidar que
su salvaguardia ante algunos ataques depende de la capacidad de respaldarlos
con razones, ofreciendo argumentos convincentes que muestren su validez y
obligatoriedad. El esfuerzo por avanzar en la resolución de los problemas
conceptuales y normativos que aún afectan al contenido y exigibilidad de los
derechos humanos debe hacerse desde una perspectiva crítica, evitando
dogmatismos y abusos en su nombre. Y debe posibilitar, adicionalmente, una
perspectiva igualmente crítica sobre la realidad del orden político vigente.
Los textos comprendidos en este volumen ofrecen en conjunto
un panorama amplio sobre las preocupaciones y retos que suscitan los derechos
humanos en el mundo de hoy, esforzándose por formular propuestas orientadas a
lograr su respeto, protección y realización efectiva.
Interculturalidade e Direito
Castro Jover, Adoración, Interculturalidad y Derecho, Editorial
Aranzadi, S.A., Pamplona 2013, ISBN: 9788490144213
Resumo do livro
En este volumen se aborda el estudio de la Interculturalidad
como modelo de gestión de la diversidad.
Este modelo se caracteriza por una estructura política y
jurídica integrada, de un lado, por la Democracia, Estado de Derecho y Derechos
Fundamentales, pilares que se constituyen como valores comunes que deben ser
aceptados por toda la ciudadanía y, de otro lado, por el reconocimiento de la
diferencia, siendo el diálogo intercultural un instrumento que facilita la
inclusión de la diferencia y favorece la cohesión social.
El estudio se ha realizado teniendo en cuenta varios niveles.
En primer lugar el nivel europeo en el que se advierte con claridad que el
modelo de gestión de la diversidad por el que se opta en Europa es la
Interculturalidad. En segundo lugar, el nivel correspondiente al Derecho
interno español en el que se han tenido en cuenta los distintos niveles de
gobierno: Estatal, Comunidades Autónomas y Gobierno local y en el que el
estudio se ha realizado desde el ámbito más general de los principios que
informan en esta materia el ordenamiento jurídico español, hasta el estudio de
ámbitos concretos, seleccionando aquellos en que en mayor medida se manifiesta
la diversidad: Educación; Sanidad; Deporte, Acuerdos con las confesiones
religiosas; Gobierno local; Seguridad; Derecho penal. Finalmente, se ha
abordado el estudio de otros países europeos, Francia, Inglaterra, Bulgaria,
con el objetivo de que nos sirvieran para comparar los distintos modelos de
gestión de la diversidad existentes bajo el mismo marco europeo.
Ataque em Boston "parece-se mais com Atlanta ou Oklahoma"
Antigo perito da comissão de inquérito aos atentados do 11 de
Setembro sublinha que são apenas "especulações", mas nota
semelhanças, principalmente com o ataque perpetrado por Eric Robert Rudolph nos
Jogos Olímpicos de 1996.
Fotografia tirada por investigadores mostram o que resta de uma
das bombas artesanais
Mais de 24 horas depois das explosões da maratona de Boston, o FBI
continuava sem um único suspeito numa investigação que parte do zero:
"Eles estão a começar com os factos do acontecimento", disse à Time
Todd Hinnen, ex-procurador adjunto para a segurança nacional.
O trabalho dos peritos forenses é que começa a dar frutos, embora
falte muito para terminar. "Estudar o local do crime vai demorar
dias", disse Gene Marquez, da agência que monitoriza os explosivos em
circulação. O chefe da polícia de Boston, Edward Davis, falou da "cena de
crime mais complexa" que já conheceu. São 12 os quarteirões encerrados.
As autoridades têm falado em engenhos potentes mas sem explosivos
sofisticados. Segundo a Associated Press, as duas bombas foram feitas a partir
de panelas de pressão de seis litros com temporizadores e estavam em sacos de
lona pretos. Tudo indica que as panelas estivessem cheias de pregos ou munições
e rolamentos. A combinação de pólvora e metal maximiza o efeito da explosão: os
fragmentos de metal saem disparados, como estilhaços mortíferos, atingindo
muitas vezes as vítimas nas extremidades do corpo.
Os médicos retiraram 20 ou 30 pedaços de metal de algumas vítimas
e esses pedaços parecem ser demasiado uniformes para não terem vindo do
interior das bombas. "Penso que é improvável que fossem tão consistentes
se estivessem no ambiente" e tivessem sido empurrados pela força da bomba,
disse numa conferência de imprensa George Velmahos, chefe de traumatologia no
Hospital Massachusetts General. Ron Wallls, do Hospital Brigham and
Woman"s, disse ao jornal Boston Globe que removeu de vários
feridos pregos e pequenos rolamentos "claramente pensados para funcionarem
como projécteis e que só podiam ser parte do engenho".
"Não sabemos quem são os responsáveis, se foi o acto de uma
organização terrorista, doméstica ou internacional, se foi obra de um ou mais
indivíduos perturbados. E também não sabemos as razões que estão por trás
destes actos terroristas", afirmou Barack Obama.
Não tinha sido detectada nenhuma indicação de ameaça iminente nem
há "ameaças adicionais conhecidas", garantiu o FBI. E apesar das
notícias sobre bombas desarmadas, "dois, e apenas dois, engenhos
explosivos foram encontrados".
Pista interna
A data do ataque – Dia do Patriota e último dia de entrega das declarações de impostos – aponta para a pista interna e para o envolvimento de grupos antigoverno. A ausência de reivindicação também. Mas as explosões coordenadas (bombas, separadas por 90 metros, explodiram com um intervalo de 12 segundos) são a marca do jihadismo internacional e da Al-Qaeda, que nos últimos anos recorreram a engenhos improvisados com pregos e rolamentos no Iraque e, principalmente, no Afeganistão. Aliás, os taliban paquistaneses apressaram-se a desmentir qualquer envolvimento.
A data do ataque – Dia do Patriota e último dia de entrega das declarações de impostos – aponta para a pista interna e para o envolvimento de grupos antigoverno. A ausência de reivindicação também. Mas as explosões coordenadas (bombas, separadas por 90 metros, explodiram com um intervalo de 12 segundos) são a marca do jihadismo internacional e da Al-Qaeda, que nos últimos anos recorreram a engenhos improvisados com pregos e rolamentos no Iraque e, principalmente, no Afeganistão. Aliás, os taliban paquistaneses apressaram-se a desmentir qualquer envolvimento.
Enquanto em Boston a Joint Terrorism Task Force vasculhava entre
os destroços, em Washington a CIA e o FBI mergulhavam nas suas bases de dados à
procura de alguma pista que tivesse escapado, ao mesmo tempo que abriam os
ouvidos para eventuais diálogos de congratulação - hoje, reivindicações e
festejos acontecem em fóruns de debate na Internet.
Agora, há 30 peritos forenses na rua, muita gente a trabalhar no
que eles recolhem no interior de laboratórios e ainda mais agentes ocupados a
visionar as gravações das câmaras de vigilância e os muitos vídeos feitos por
espectadores com os seus smartphones. O FBI já disse estar a receber
inúmeras informações.
Impedir um atentado é muitas vezes uma questão de sorte - há três
anos, em Times Square, foi um vendedor de T-shirts que reparou num
carro a deitar fumo e assim se descobriu que no seu interior havia botijas de
gás, fogo-de-artifício, contentores com gasolina e dois relógios. Quando não se
evita o pior, descobrir o que aconteceu também pode implicar sorte, mas pede método
e tempo.
"Vai ser uma investigação mundial", diz Richard
DesLauriers, do FBI. "Iremos até ao fim do mundo para identificar os
responsáveis por este crime desprezível."
Público on line, 17-4-2013
Porta-voz do PSD na Madeira diz que Constituição é "lixo"
Porta-voz do PSD na Madeira diz que Constituição é
"lixo"
Bancada do PSD madeirense DR
Na abertura do debate parlamentar urgente sobre
a revisão constitucional, que decorre esta terça-feira na Assembleia
Legislativa da Madeira, o representante do PSD, Coito Pita, declarou: “A nossa
Constituição é lixo, nada vale.”
Para justificar a classificação de “lixo” atribuída à Constituição
da República Portuguesa, considerada “o problema dos problemas”, Coito Pita
afirmou que “basta ver o que fez a troika que a empacotou” na
presente conjuntura nacional. Na intervenção com que abriu o debate, o deputado
social-democrata apresentou as principais propostas incluídas no novo projecto
de revisão constitucional defendido pelo presidente do Governo Regional,
Alberto João Jardim, presente na sessão plenária.
“A nossa Constituição é um obstáculo para serem encontradas as
soluções dos principais problemas do país”, acrescentou o vice-presidente da
bancada social-democrata que desafiou o PS a proporcionar a maioria de dois
terços necessária à alteração da lei fundamental da República. “Nós precisamos
do PS e o PS precisa de nós para a revisão constitucional”, frisou.
Se não houver um profunda revisão, que clarifique os poderes
autonómicos, Coito Pita admite que a Madeira regresse ao processo de 1975, ao
"processo de independência".
O projecto de revisão constitucional, divulgado
pelo PÚBLICO esta terça-feira, propõe o reforço dos poderes
legislativos regionais, a revisão do sistema eleitoral com a redução do número
de deputados da Assembleia da República e do Parlamento madeirense, a criação
de um sistema fiscal próprio e a eliminação do cargo de representante da
Republica nas regiões autónomas, a extinção do Tribunal Constitucional, da
Entidade Reguladora para a Comunicação Social e da Comissão Nacional de
Eleições.
Público, 17-4-2013
PSP diz que detenção em manifestação contra troikase deveu a agressão a agente
LUSA
A detenção de uma mulher nesta terça-feira durante o protesto em
Lisboa organizado pelo movimento Que se Lixe a Troika deveu-se
a uma agressão a um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), disse à Lusa
o porta-voz daquela força.
De acordo com o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa da
PSP, Jairo Campos, a mulher em causa tem 49 anos e “foi detida por agressão a
um agente da autoridade”, devendo ser posta em liberdade esta noite e
notificada para comparecer perante o Tribunal de Pequena Instância Criminal de
Lisboa na quarta-feira de manhã.
A manifestante foi detida junto ao hotel Ritz, onde está hospedada a equipa de assistência financeira internacional a Portugal.
João Camargo, do movimento cívico, disse à Lusa que a mulher foi detida por causa de um desentendimento com a polícia.
O protesto começou a desmobilizar-se cerca das 20h30, duas horas depois de ter sido iniciado.
"Decidimos desmobilizar porque vimos que a polícia já estava equipada para outras acções. O nosso incómodo não é com a polícia, é com a troika", afirmou João Camargo.
Cerca das 20h45, permaneciam no local cerca de duas dezenas de manifestantes e outros tantos agentes policiais, que fizeram um cordão para impedir a entrada no hotel.
A manifestante foi detida junto ao hotel Ritz, onde está hospedada a equipa de assistência financeira internacional a Portugal.
João Camargo, do movimento cívico, disse à Lusa que a mulher foi detida por causa de um desentendimento com a polícia.
O protesto começou a desmobilizar-se cerca das 20h30, duas horas depois de ter sido iniciado.
"Decidimos desmobilizar porque vimos que a polícia já estava equipada para outras acções. O nosso incómodo não é com a polícia, é com a troika", afirmou João Camargo.
Cerca das 20h45, permaneciam no local cerca de duas dezenas de manifestantes e outros tantos agentes policiais, que fizeram um cordão para impedir a entrada no hotel.
Público, 17-4-2013
Tribunal europeu volta a condenar Portugal com multa milionária por atrasos na justiça
CLARA VIANA
Estão
há 18 anos à espera de uma decisão judicial no âmbito de um processo de
falência. Tribunal europeu condenou Estado a indemnizá-los por danos morais.
É uma das maiores indemnizações a
que o Estado português foi condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do
Homem: 1,087 milhões de euros, um montante superior ao total de multas contra
Portugal decididas em 2012 pelos juízes de Estrasburgo.
Em causa está mais uma vez a
morosidade da justiça portuguesa. Num acórdão divulgado nesta terça-feira, o
tribunal decidiu que 217 cidadãos, entre os quais alguns de nacionalidade
estrangeira, devem ser indemnizados por “danos morais” por
continuarem à espera de decisões judiciais em processos que têm entre 14 a 18
anos de duração e que dizem respeito à devolução de 11,5 milhões de
euros de que os queixosos se afirmam credores na sequência de um processo de
falência de uma sociedade hoteleira iniciado em 1993.
A 203 dos
queixosos o tribunal decidiu que devem ser pagas indemnizações de cinco mil
euros. Os outros 15 receberão 4800 euros. “Fez-se alguma justiça”,
comentou ao PÚBLICO o advogado Bernardino Duarte, que os tem representado desde
o início nesta saga. Conta que muitos destes seus clientes têm agora 80 ou mais
anos e que a sua situação económica também mudou: “Vários deles estão em lares
e têm problemas financeiros. Este dinheiro sempre é uma ajuda”.
Na queixa
apresentada em 2009 ao tribunal de Estrasburgo, Bernardino Duarte acusava o
Tribunal de Vila real de Santo António e a 6ª Vara Cível de Lisboa de terem
ignorado o que se encontra estipulado na Convenção Europeia dos Direitos
do Homem, que reconhece a qualquer pessoa o direito de ver a sua causa
examinada por um tribunal num “prazo razoável”. Durante o processo, o
Governo português, embora tenha reconhecido a demora nos processos,
apelou ao tribunal que tivesse em conta na sua decisão tanto a
“complexidade” do caso, como o montante dos créditos ( 34 milhões de euros)
reclamados pelas diversas partes lesadas no processo de falência da antiga
sociedade proprietária do Hotel Neptuno , em Monte Gordo.
No
acórdão ontem divulgado, os juízes de Estrasburgo reconhecem que o processo
reveste “uma certa complexidade”, mas que esta não justifica uma demora
que apelidam de “excessiva” e que não responde à exigência do “prazo razoável”
requerido na convenção dos direitos humanos, que consideram ter sido violada
pelo Estado português. “O tribunal reafirma que compete ao Estados organizar o
seu sistema judiciário de modo a que possa garantir a cada um o direito de
obter uma decisão definitiva num prazo razoável”, argumenta-se também na
sentença.
Os
lesados são pessoas que no final dos anos 80 celebraram contratos promessa para
a aquisição de apartamentos situados no então Hotel Neptuno ( agora
Yellow Hotel) ou para habitação periódica (timeshare). Em 1993, com o
início do processo de falência da sociedade proprietária daquele hotel,
reclamaram que lhes fosse devolvido o que tinham investido. O processo passou
de Lisboa para Vila Real de Santo António e a falência foi decretada em 1996,
depois de uma primeira sentença nesse sentido ter sido anulada, mas a lei
aplicada pelo tribunal neste caso foi contestada pelos lesados porque não era a
que se encontrava em vigor à data do início do processo de falência. Esta
ilegalidade foi reconhecida, em 2001 e 2002, em acórdãos do Tribunal da
Relação de Évora e do Supremo Tribunal de Justiça. Só que quando tal
aconteceu já o edifício do hotel tinha sido vendido, o que segundo
Bernardino Duarte foi possível apenas devido à aplicação, pelo tribunal,
da legislação errada.
Entretanto,
e ainda antes da venda do edifício, o liquidatário judicial nomeado pelo
tribunal vedou a entrada nos apartamentos aos seus proprietários. Foram
interpostas sete providências cautelares de restituição da posse
destes apartamentos junto do Tribunal d e Vila Real de Santo António. Só
duas foram deferidas, apesar de todos elas terem requerimentos idênticos.
Em Outubro de 2001, o edifício entrou em obras de remodelação
profunda e todos os apartamentos foram destruídos para dar origem a suites.
Em 2007,
através de Bernardino Duarte, os lesados apresentaram uma acção contra o
Estado português no Tribunal de Vila Real de Santo António que passou depois
para o Tribunal Administrativo de Loulé, onde ainda se encontra pendente.
Afirmam que foram violados, entre outros, o direito à propriedade privada
e à inviolabilidade do domicílio e também “o principio da confiança”. Foi
ainda violado, frisam, o “direito a uma justiça célere”. Segundo o
advogado, o processo de reclamação dos créditos foi entretanto retirado ao
tribunal de Vila Real de Santo António e entregue pelo Conselho Superior de
Magistratura a uma juíza de Castelo Branco. Pelo menos 13 dos lesados
morreram desde que o caso foi entregue à justiça.
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