segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Suspeito de ser impostor já esteve preso


Foi entrevistado por jornais e televisões, deu conferências e diz-se coordenador de um departamento das Nações Unidas em Portugal, mas afinal Artur Baptista da Silva pode ser um impostor.
Artur Baptista da Silva ganhou notoriedade após ter criticado o plano de ajustamento português, identificando-se como consultor do Banco Mundial e coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em Portugal.
Esta segunda-feira, a edição do Diário de Notícias revela que Artur Baptista da Silva esteve preso até dezembro do ano passado, por crimes de burla, abuso de confiança e emissão de cheques sem cobertura.
O diário publica ainda um e-mail enviado em junho para o secretariado do patriarcado de Lisboa, onde Artur Baptista da Silva solicita uma audiência, dizendo-se afilhado do antigo patriarca D. António Ribeiro.
No início deste mês, Artur Baptista da Silva foi orador no Grémio Literário, em Lisboa, na qualidade de professor na Milton Wisconsin University... mas esta universidade norte-americana foi encerrada em 1982.
Artur Baptista da Silva esteve ainda no programa"Expresso da Meia-Noite", da SIC Notícias, onde apresentou um plano de renegociação da dívida portuguesa com a troika.
Em declarações ao jornal Público, Vítor Ângelo, um destacado funcionário das Nações Unidas português, disse desconhecer Artur Baptista da Silva e negou a existência do observatório do qual o indivíduo disse ser coordenador.
Não há ainda qualquer referência ao nome Artur Baptista da Silva nos sitesdo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e da Organização das Nações Unidas.
Jornal de Notícias, 24-12-2012

Alemanha teme atentados de terroristas islâmicos com aviões não tripulados


Os especialistas do Departamento Federal da Polícia Criminal alemã receiam que o terrorismo islâmico possa realizar atentados na Alemanha com aviões não tripulados ("drones).

De acordo com a revista "Focus", que refere círculos internos não especificados do departamento, considera-se que o radicalismo islâmico está em condições de preparar tais ataques.
O semanário cita como precedente os planos de atentados que o FBI norte-americano conseguiu evitar em 2011, cujo objetivo eram o Pentagono e o Capitólio, em Washington.
No caso da Alemanha, o objetivo dos "drones" poderia ser desde um avião comercial a um aeroporto, assim como uma grande concentração de pessoas ou edifícios públicos, aponta a revista.
A "Focus" afirma que o radicalismo islâmico desenvolve desde há tempo a possibilidade de utilizar aviões não tripulados para cometer atentados.
Jornal de Notícias, 24-12-2012

Despedida porque patrão a achava muito atraente


O Supremo Tribunal do Iowa, nos EUA, considerou legal o despedimento de uma funcionária porque o patrão se sentia atraído fisicamente por ela. Aparentemente, usava roupa "demasiado justa" que o "distraía" e "ameaçava" destruir o casamento do empregador.
Melissa Nelson, de 32 anos, trabalhou 10 anos no consultório de James Knight, de 53 anos. A mulher do dentista, também colega de trabalho de ambos, sentiu que patrão e empregada se davam tão bem que um dia a tentação podia bater à porta. Vai daí, pediu ao marido que despedisse a empregada.
James consultou o pastor da igreja protestante que frequenta, que o aconselhou a avançar com o despedimento. O dentista não foi o cavaleiro que carrega no apelido, "Knight", mas foi além da letra da lei nos EUA, país em que o despedimento é livre, pagando um mês de indemnização.
O caso chegou ao Supremo Tribunal do Iowa, que se colocou perante um paradigma. "A questão que temos de responder é... pode um empregada que não está envolvida em conduta provocatória ser despedida se o patrão a vê como irresistivelmente atraente", questionou o juiz Edward M. Mansfield.
Pode não ser justo, mas não constitui descriminação, segundo o Código dos Direitos Civis do Iowa, determinou o tribunal, composto por sete homens.
"Estamos incrédulos com a decisão do tribunal e a incapacidade que demonstrou para entender a discriminação de género", disse Paige Fiedler, advogada de Melissa Nelson. "Para os sete homens do Supremo Tribunal 'não a conseguir' é chocante e devastador", acrescentou, em declarações à CNN.
Em declarações àquele canal de televisão norte-americano, Melissa Nelson diz que "o despedimento foi injusto" e que tinha uma relação "paternal" com James. "Dava-me com a família dele", explicou.
O caso remonta a 2009, quanto terminaram os 10 anos de relação laboral, iniciados em 1999, num consultório em Fort Dodge, no Iowa. Já perto do fim do vínculo de trabalho, James disse a Melissa que esta usava roupas muito justas, que "o distraíam".
Melissa negou, mas, a determinada altura, lê-se no processo, o patrão disse que se a empregada "reparasse numa protuberância nas calças dele era porque a roupa dela era demasiado reveladora".
Em circunstâncias que nenhum explicou, nem negou, começaram a trocar SMS fora do local de trabalho, já durante os últimos seis meses de relação laboral, em 2009. A mulher de James descobriu e exigiu que o marido despedisse a empregada.
No início de 2010, James Knight avançou com o despedimento. Indemnizou com um mês de salário a empregada e asseverou ao marido de Melissa que ela não fez nada de errado e que "foi a melhor assistente" que alguma vez teve.
Melissa entrou com um processo em tribunal, acusando Knight de discriminação de género. O patrão justificou o despedimento com "a natureza da relação entre ambos e com a percepção de que constituía uma ameaça" ao seu casamento, não por causa do género. Tanto mais que só emprega mulheres e contratou outra para a substituir.
Jornal de Notícias, 24-12-2012

ARTUR BAPTISTA DA SILVA: Economista da ONU pode ser um burlão


ARTUR BAPTISTA DA SILVA: Economista da ONU pode ser um burlão
por Carlos Rodrigues Lima

António Baptista da Silva participou na última edição do 'Expresso da Meia Noite'. SIC avançou hoje a hipótese de se tratar de um burlão.
Consultor do Banco Mundial, economista das Nações Unidas, professor catedrático. Artur Baptista da Silva será tudo isso ou algo completamente diferente?
Depois das umas primeiras declarações sobre os efeitos do plano de austeridade, Artur Baptista da Silva ganhou notoriedade, tendo sido convidado para entrevistas e programas de televisão, como o Expresso da Meia Noite, na SIC. Invocando a qualidade de economista do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento, lançou várias críticas ao plano de ajustamento português.
No telejornal desta noite a SIC avançou a suspeita de se tratar de um burlão. Uma investigação do Diário de Notícias, que pode ler amanhã na edição impressa do jornal e com desenvolvimentos no site, revela o verdadeiro Artur Baptista da Silva, cuja intervenção pública remonta a 1988.
Diário de Notícias, 24-12-2012

Correio da Justiça: Estatísticas de preso


Na boca dos permanentemente empenhados em descredibilizar o sistema judicial, está a ressurgir o argumento de que em Portugal, por culpa dos juízes, há excessivas condenações em penas de prisão e demasiados presos preventivos, por comparação com outros países da Europa ocidental. Falacioso e falso.

Por:Rui Cardoso, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público   
Argumento falacioso porque as medidas de coacção e as penas são determinadas de acordo com os critérios legais, a gravidade dos crimes praticados (recorde-se o grande aumento de criminalidade violenta após 2007) e a culpa dos seus autores, nunca para subir ou baixar estatísticas; só caso a caso é que é possível determinar se uma decisão foi correcta ou incorrecta, e isso cabe aos tribunais superiores. A mera menção a estatísticas é, pois, irrelevante. Ainda assim, argumento falso: segundo os dados mais recentes do International Centre for Prison Studies, do King’s College London, facilmente consultáveis on-line, a percentagem de presos preventivos (em relação ao número total de presos) existente em Portugal é das melhores da Europa ocidental e o ratio de presos/população está pouco acima da média.
Correio da Manhã, 24-12-2012

Igreja defende euro mais barato


A desvalorização da moeda única pode ser uma boa maneira de acelerar o processo de saída da Europa da crise em que se encontra mergulhada há três anos. Essa é, pelo menos, a opinião do Vaticano, para quem não faz grande sentido uma moeda muito forte em economias a definhar.

"No início do euro eu era embaixador da Santa Sé em Bruxelas e recordo-me que a moeda única nasceu a valer 80 cêntimos de dólar; hoje vale 1,3 dólares e isso é problemático para os povos da Europa", disse ontem em Braga D. Manuel Monteiro de Castro.
O cardeal português diz que "o euro não pode valer mais do que o dólar, porque isso dificulta as exportações e, logo, prejudica a economia europeia".
Esta tese de desvalorização da moeda única, como forma de acelerar a saída da Europa da crise tem sido defendida por vários especialistas e até por alguns estados, embora em surdina, por razões estratégicas.
O CM sabe que o Vaticano, através das suas vias diplomáticas, tem feito chegar essa mensagem aos principais governantes da Europa, apelando à união da Zona Euro.
"A Europa deu uma lição ao mundo quando se uniu, há mais de 60 anos. Está na altura de o voltar a fazer", advogou D. Monteiro de Castro.
Correio da Manhã, 24.12.2012

Vítimas da refundação


ARMANDO ESTEVES PEREIRA DIRECTOR-ADJUNTO

Vítimas da refundação

A refundação, que se tornou o eufemismo de Passos Coelho para um corte na despesa do Estado de 4 mil milhões de euros a apresentar em 2013, vai atingir directamente na primeira vaga os funcionários públicos e reformados. Se somarmos a este novo corte todos os outros ataques aos rendimentos dos trabalhadores do Estado e aposentados, que já levam a guerras que inevitavelmente vão acabar no Tribunal Constitucional, é fácil prever um 2013 agitado a nível político, económico e social. O Estado chegou a este nível por causa da anemia económica da última década e por uma série de decisões criminosas: algumas com dolo, outras só por negligência. Mas, como sempre acontece, quem mais sofre não tem culpa. É apenas vítima.

Os dados da execução orçamental confiram a monumental derrapagem nas contas de Vítor Gaspar. É a prova de que a austeridade, que tenta curar a economia portuguesa dos seus males tradicionais, está a matar o doente com a intensidade da dose. O erro nas previsões de Gaspar é dos factos marcantes de 2012.

Mas nem tudo vai mal. Na agricultura, apesar do agravamento dos custos de produção, há boas notícias. A riqueza gerada neste sector aumentou quase 3% este ano.
Correio da Manhã, 23-12-2012