NUNO MIGUEL MAIA E ÓSCAR
QUEIRÓS
Dois dos quatro assaltantes
tinham coletes com a palavra "Polícia". O mais franzino dos ladrões
matou Marlon com dois tiros nas costas. Judiciária investiga dono de carteira
encontrada na Queima.
Das imagens recolhidas pelas
câmaras de segurança instaladas no queimódromo do Porto e que, conforme o JN
noticiou este domingo, gravaram o assalto, é visível que dois dos
bandidos - que queriam roubar o cofre com cerca de 80 mil euros da receita de
sexta-feira da Queima - usavam coletes escuros idênticos aos utilizados pelos
agentes da autoridade com a palavra "Polícia".
O JN está também em condições
de garantir que os ladrões não conseguiram os seus objetivos, cerca da uma hora
de sábado, porque os responsáveis da SPDE (empresa que faz a segurança do
recinto) decidiram, com o acordo dos responsáveis da Federação Académica do
Porto (FAP), mudar o cofre para um local bastante afastado do sítio onde tem
estado todos os anos durante a Queima.
Segundo fonte da SPDE, os
receios de assalto não se restringiam à área onde funciona a
"tesouraria" da FAP, um conjunto de contentores, em "U", de
dois pisos. Também os colaboradores da Federação Académica eram sempre
acompanhados por um "segurança" da SPDE durante os dias que
antecederam a "Queima", nas deslocações a "postos de venda de
bilhetes". "Sempre que juntavam 5 mil euros, o dinheiro era recolhido
e guardado por nós", assegura a fonte.
Prioritário para a PJ
A identificação e detenção dos
quatro assaltantes foram classificadas como "prioritárias" para
Direção da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ), que ordenou a
afetação de dezenas de inspetores e outros especialistas em apoio a uma brigada
da Secção de Investigação ao Crime Violento (SICV), a cargo de quem está a
coordenação deste inquérito.
O JN sabe que a PJ encontrou
uma carteira com documentos, próximo do buraco aberto na rede de vedação que
separa o queimódromo do Parque da Cidade (por onde entraram e saíram os gatunos
homicidas), além de um saco de plástico, contendo um computador portátil e dois
telemóveis (que roubaram a dois estudantes). A Judiciária procura saber se a
carteira pertence a algum estudante ou a um dos assaltantes.
De salientar que na tarde de
sábado foram inquiridos, nas instalações da PJ do Porto, vários indivíduos, o
último dos quais abandonou o local ao final da noite.
Recorde-se que os suspeitos são
quatro, "de estatura média" e compleição física
"normalíssima" - o que, para os investigadores da Judiciária, afasta
a hipótese de o crime se tratar de uma guerra entre "seguranças".
Jornal de Notícias, 6-5-2013
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