Mick Philpott, pai das seis crianças que morreram num incêndio em
Derby, no centro de Inglaterra, foi condenado nesta quinta-feira a prisão
perpétua por incêndio voluntário da casa de família.
Dois cúmplices, a mulher, Mairead,
de 32 anos, e um amigo, Paul Mosley, de 46, foram condenados a penas de 17 anos
de prisão.
Na leitura da sentença, a juíza
Kathryn Thirwall afirmou que Philpott, 56 anos, deve cumprir no mínimo 15 anos
de prisão pelo seu papel de "força motriz" do trio e por ter revelado
em tribunal ser uma pessoa violenta e mal formada.
"O senhor é um homem
particularmente perigoso. O princípio que o guia é o de que 'o que Mick
Philpott quer, Mick Philpott consegue'. O senhor não tem uma bússola
moral", disse a juíza.
Philpott, pai de 17 filhos de
cinco mulheres, desempregado, Mairead e Paul Mosley planearam o incêndio na
casa de família que a 11 de maio de 2012 matou os cinco filhos do casal e uma
sexta criança fruto de uma relação anterior de Mairead. As crianças tinham
entre 5 e 13 anos.
O objetivo do trio era atribuir a
culpa do incêndio a uma antiga amante de Mick Philpott que viveu com o casal
durante anos e saiu daquela casa com os cinco filhos meses antes da tragédia.
Segundo a acusação, Philpott pretendia obter a custódia desses filhos, para
obter mais benefícios sociais e uma habitação maior.
Mas o plano "correu
tragicamente mal", segundo Samantha Shallow, dos serviços do procurador.
Uma vez ateado o fogo, Mick
Philpott tencionava entrar na casa, uma habitação social de dois andares, e
salvar as crianças. Mas a janela à qual deveria aceder com um escadote estava
bloqueada e as crianças, que deveriam estar todas no mesmo quarto, dormiam em
três quartos separados.
O fogo e o fumo tomaram rapidamente
toda a casa, matando as seis crianças e destruindo a habitação.
"Um ato diabólico, estúpido,
vergonhoso", comentou o responsável da polícia encarregado do inquérito,
Steve Cotterill, acrescentando ter sido uma das investigações "mais
chocantes" em que participou.
Correio da Manhã, 4-4-2013
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