Críticas do constitucionalista à actuação do Presidente após as
legislativas de 2009 e na actual situação.
Constitucionalista
considera o discurso do Presidente no dia 25 de Abril "negativo" ENRIC
VIVES RUBIO
O
constitucionalista Jorge Miranda considera que o Presidente da República é
“largamente responsável” pela falta de consenso entre os partidos políticos
portugueses, sobretudo entre o PSD e o PS.
“Custa-me
dizer isto, mas o Presidente da República é largamente responsável por não
haver consenso”, disse numa entrevista, este sábado, à rádio Antena 1 e ao
jornal Diário Económico.
Jorge
Miranda critica o comportamento de Cavaco Silva após as eleições legislativas
de 2009, ganhas pelo PS com maioria relativa, e a forma como tem actuado na
crise actual.
“Não
vi, nem ninguém viu, esforço de aproximação entre os partidos”, disse,
referindo-se ao modo como o Presidente agiu após as eleições que
conduziram à formação do segundo governo de José Sócrates. "A crise já estava
instalada" e "não havia condições para a nomeação" de um governo
minoritário, acrescentou.
Agora,
Miranda esperaria que, para enfrentar o problema orçamental, Cavaco se
esforçasse para que houvesse uma “aproximação entre o Governo e o Partido
Socialista”. O Presidente devia ter "envidado esforços muito
significativos na procura de compromissos", considera.
O
constitucionalista critica igualmente o discurso do Presidente da República na
sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República. Foi, em seu entender,
“negativo, sem nenhuma réstia de esperança”.
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