por Lusa
Os dois jovens detidos pela PSP, no Porto, depois da
manifestação "Que se lixe a 'troika'", foram libertados pelas 22.00,
de sábado, após horas em parte incerta, disse fonte próxima, à agência Lusa.
De acordo com o manifestante
Ricardo Gomes, que testemunhou a detenção e esteve com os dois jovens, depois
de já terem sido libertados, terá havido um engano na identificação, que levou
cerca de três horas a esclarecer, sem que o advogado dos detidos tivesse tido
conhecimento do seu paradeiro.
"Não há uma acusação
formal", especificou Ricardo Gomes, acrescentando que as duas pessoas se
encontram bem, sem que os papéis que lhes foram apresentados para assinar
contenham os motivos da detenção.
Durante várias horas, mais
de 50 pessoas estiveram reunidas, no início da rua da esquadra da Bela Vista,
no Porto, barradas por um cordão policial, em protesto contra a detenção dos
companheiros, sabendo-se depois que estes estariam, afinal, na esquadra da Rua
do Heroísmo.
O advogado dos jovens, que
não quis ser identificado, deslocou-se a vários postos policiais da cidade, sem
que lhe tivesse sido facultada a informação de onde se encontravam as duas
pessoas detidas, classificando a situação como um jogo de "gato e do
rato".
Segundo fonte da Polícia de
Segurança Pública (PSP), foram efetuadas diligências para identificação, uma
vez que as duas pessoas em causa, e que foram detidas, eram suspeitas da
prática de danos em instituições públicas e bancárias.
De acordo com a polícia,
foram apreendidos 37 balões de tinta.
A mesma fonte disse ainda
que todas estas situações vão ser reportadas ao Ministério Público.
Os dois jovens tinham sido
detidos pela PSP, ao fim da tarde de sábado, junto à estação de Metro da
Trindade, no Porto, depois de a polícia, segundo testemunhas, ter feito um
"cerco" a um grupo de manifestantes, que saía do protesto, na avenida
dos Aliados.
"Quando dou por mim,
estavam cerca de 20 pessoas cercadas por um cordão policial, e nós a perguntar
o que é que fizemos. Depois do cerco, as pessoas que vinham a passar começaram
a parar à volta, a gritar 'o que é que se passa' e a solidarizar-se
connosco", relatou, na altura, Ricardo Gomes.
De acordo com o oficial de
serviço da PSP do Porto, houve "alguns incidentes" durante a
manifestação, referindo-se a um "grupo de indivíduos, identificado e
monitorizado pela polícia, que estava a danificar bancos e monumentos com
balões de tinta", e que veio a ser "intercetado" no final do
protesto, sendo "conduzido" para identificação.
Diário de Notícias,
3-02-2013
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