Há
mais de dois mil vestígios com perfis de ADN de suspeitos de crimes graves que
correm o risco de terem de ser destruídos por estarem guardados “ilegalmente”
na Polícia Judiciária (PJ), revela esta segunda-feira o Diário de Notícias
(DN). Os vestígios recolhidos nos locais dos crimes deviam ter sido
transferidos para uma base de dados de ADN, mas isso não foi feito e agora
dezenas de criminosos podem ficar impunes.
O
presidente do Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN, o
juiz jubilado Manuel Simas Santos, alerta hoje, em declarações ao DN, que se
até 19 de Março, quando termina o seu mandato, não for eleita no Parlamento uma
nova equipa para o órgão, não só os perfis que estão na PJ “devem ser
eliminados” como “a actividade da base de dados oficial tem de ser suspensa”.
Em
causa estão mais de dois mil vestígios com perfis de ADN de suspeitos de crimes
graves que estão de forma “ilegal” na PJ porque o anterior procurador-geral da
República, Pinto Monteiro, deu ordem para esses ficheiros serem transferidos
para a base de dados, a “única oficial do País”, e isso ainda não foi feito.
Conta
o DN, que dezenas de criminosos podem ficar impunes, caso os vestígios,
recolhidos entre 2002 e 2007, em cenas de crimes de que ainda não existem
suspeitos, sejam destruídos antes de serem cruzados com os perfis de condenados
que já estão na base de dados.
O
juiz jubilado Manuel Simas Santos sublinha que se pode evitar esta destruição
se “os grupos parlamentares iniciarem de imediato o processo para a eleição dos
membros do novo Conselho”.
Notícias
ao minuto, 18-02-2013
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