Terá sido
José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento, o
interlocutor de Passos Coelho na conversa escutada no âmbito do processo Monte
Branco, avança a TVI. O banqueiro admitiu ontem a esta estação que ligou a
“vários membros do Governo” para falar sobre privatizações.
Ricciardi
refere, em resposta escrita à TVI, que telefonou a membros do Governo para
manifestar a sua “discordância” pelo facto de o Estado ter decidido entregar à
norte-americana Perella Weinberg, por ajuste directo, a consultoria financeira
das privatizações da EDP e da REN.
“Não traduz ilicitude, irregularidade ou sequer censura que se questione eventualmente um membro do Governo sobre se há intenção de ceder a pressões políticas promovidas pelas lideranças europeias, amplamente divulgadas na imprensa de então”, argumenta Ricciardi, acrescentando que tinha como única intenção “fazer cumprir as regras do concurso, ou seja, a da ajudicação à proposta com melhor preço e condições mais favoráveis para o Estado”.
Segundo a edição deste domingo do Diário de Notícias, que não revela o nome do banqueiro que ligou a Passos Coelho, este não terá “dado troco”, afirmando que não tencionava interferir no processo em causa.
Recorde-se que o banqueiro já tinha admitido ao PÚBLICO, na semana passada, que ligou ao ministro-adjunto de Passos Coelho, Miguel Relvas, para falar sobre o mesmo assunto. “Provavelmente dei a minha opinião sobre o afastamento do BESI em favor da Perella, pois estava revoltado”, disse Ricciardi.
Os telefonemas foram escutados pelas autoridades policiais no quadro da recolha de informações (e não da recolha de provas) para ajudar a “desmantelar” o caso Monte Branco, que envolve a maior rede de sempre de fuga ao Fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal, com ligações à UBS, na Suiça.
Na resposta que envia à TVI, Ricciardi sublinha: Não mantenho nem nunca mantive qualquer ligação com pessoas envolvidas no processo "Monte Branco", que nem sequer conheço, ou que alguma vez haja prometido favores ou pedido vantagens a quem quer que fosse, ou participado directa ou indirectamente em actos que configurem abuso de informação ou manipulação de preços."
Estas revelações surgem na sequência da manchete do semanário Expresso, segundo a qual o ex-Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, pediu ao Supremo Tribunal de Justiça para validar escutas telefónicas em que Passos Coelho participa.
O primeiro-ministro foi “escutado fortuitamente no âmbito do processo Monte Branco”, revelou ontem o Expresso, citando fontes judiciais não identificadas. Esta informação foi ontem confirmada pelo PÚBLICO.
O caso "Monte Branco" envolve quatro banqueiros portugueses e suíços e um cambista, detidos em Maio por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A conversa com Passos Coelho foi escutada durante a investigação conduzida pelo procurador Rosário Teixeira, que entendeu a conversa como uma forma de pressão sobre o primeiro-ministro. Mas como se tratava de uma escuta em que Passos Coelho tinha sido envolvido "fortuitamente", a sua transcrição teria que ser validada pelo Supremo.
O pedido de validação foi remetido ao presidente do Supremo, Noronha Nascimento, em 8 de Outubro.
Ontem, Passos Coelho afirmou que leu a notícia do semanário “com muita perplexidade” e considerou ter havido uma quebra do segredo de justiça. Ainda assim, disse estar “muito consciente” das suas conversas ao telefone e privadas e garantiu “não ter nenhum receio de que venham ao conhecimento público”. “Se a notícia tem fundamento, qualquer que seja a conversa tenho todo o prazer que essas escutas sejam tornadas públicas”, acrescentou.
“Não traduz ilicitude, irregularidade ou sequer censura que se questione eventualmente um membro do Governo sobre se há intenção de ceder a pressões políticas promovidas pelas lideranças europeias, amplamente divulgadas na imprensa de então”, argumenta Ricciardi, acrescentando que tinha como única intenção “fazer cumprir as regras do concurso, ou seja, a da ajudicação à proposta com melhor preço e condições mais favoráveis para o Estado”.
Segundo a edição deste domingo do Diário de Notícias, que não revela o nome do banqueiro que ligou a Passos Coelho, este não terá “dado troco”, afirmando que não tencionava interferir no processo em causa.
Recorde-se que o banqueiro já tinha admitido ao PÚBLICO, na semana passada, que ligou ao ministro-adjunto de Passos Coelho, Miguel Relvas, para falar sobre o mesmo assunto. “Provavelmente dei a minha opinião sobre o afastamento do BESI em favor da Perella, pois estava revoltado”, disse Ricciardi.
Os telefonemas foram escutados pelas autoridades policiais no quadro da recolha de informações (e não da recolha de provas) para ajudar a “desmantelar” o caso Monte Branco, que envolve a maior rede de sempre de fuga ao Fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal, com ligações à UBS, na Suiça.
Na resposta que envia à TVI, Ricciardi sublinha: Não mantenho nem nunca mantive qualquer ligação com pessoas envolvidas no processo "Monte Branco", que nem sequer conheço, ou que alguma vez haja prometido favores ou pedido vantagens a quem quer que fosse, ou participado directa ou indirectamente em actos que configurem abuso de informação ou manipulação de preços."
Estas revelações surgem na sequência da manchete do semanário Expresso, segundo a qual o ex-Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, pediu ao Supremo Tribunal de Justiça para validar escutas telefónicas em que Passos Coelho participa.
O primeiro-ministro foi “escutado fortuitamente no âmbito do processo Monte Branco”, revelou ontem o Expresso, citando fontes judiciais não identificadas. Esta informação foi ontem confirmada pelo PÚBLICO.
O caso "Monte Branco" envolve quatro banqueiros portugueses e suíços e um cambista, detidos em Maio por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A conversa com Passos Coelho foi escutada durante a investigação conduzida pelo procurador Rosário Teixeira, que entendeu a conversa como uma forma de pressão sobre o primeiro-ministro. Mas como se tratava de uma escuta em que Passos Coelho tinha sido envolvido "fortuitamente", a sua transcrição teria que ser validada pelo Supremo.
O pedido de validação foi remetido ao presidente do Supremo, Noronha Nascimento, em 8 de Outubro.
Ontem, Passos Coelho afirmou que leu a notícia do semanário “com muita perplexidade” e considerou ter havido uma quebra do segredo de justiça. Ainda assim, disse estar “muito consciente” das suas conversas ao telefone e privadas e garantiu “não ter nenhum receio de que venham ao conhecimento público”. “Se a notícia tem fundamento, qualquer que seja a conversa tenho todo o prazer que essas escutas sejam tornadas públicas”, acrescentou.
Público,
21-10-2012
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