Por Luís Rosa
O Ministro das Finanças propôs
esta sexta-feira ao governo na reunião do Conselho de Ministros mais cortes nos
salários dos funcionários públicos e nas pensões, além da redução de empregados
no Estado. As propostas de Vítor Gaspar não agradaram aos ministros do PSD que
se terão rebelado contra Gaspar. Paulo Portas apoiou a ala social-democrata do
governo e ameaçou romper com coligação se Gaspar não recuar
Os ministros Paula Teixeira da
Cruz (Justiça), Miguel Macedo (Administração Interna), Aguiar-Branco (Defesa
Nacional) e Álvaro Santos Pereira (Economia) criticaram duramente novas
políticas de austeridade propostas por Vítor Gaspar, ministro de Estado e das
Finanças, durante o Conselho de Ministros desta sexta-feira, apurou o i junto
de fontes governamentais.
Paulo Portas, líder do CDS e
ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, apoiou as fortes críticas
destes quatro ministros e chegou mesmo, ao que o i apurou, a ameaçar romper com
a coligação que permite ao governo ter o apoio de uma maioria no Parlamento.
O ministro das Finanças propôs
aos seus colegas uma redução do número de funcionários públicos, complementada
com um corte no salário dos que não seriam dispensados. Vítor Gaspar quer ainda
cortar nos valores que são actualmente pagos aos pensionistas. Cortes que vão
fazer parte do pacote de medidas de quatro mil milhões de euros que o governo
vai apresentar depois de nova reunião do governo na próxima terça-feira.
A ameaça de Paulo Portas de
romper com o governo caso o ministro das Finanças não recue nas suas propostas,
fez com que não fosse tomada qualquer decisão.
Este episódio é o culminar
vários episódios de tensão no seio da coligação governamental.
Com a dificuldade em alcançar
um consenso, o governo adiou a apresentação do Documento de Estratégia
Orçamental para a próxima Terça-feira. O pagamento da oitava tranche de apoio
ao país está dependente da apresentação destas medidas que já deveriam ter sido
apresentadas em Fevereiro.
i, 28-4-2013
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