"O País
sabia que o Governo é incompetente. Agora sabe da falta de coragem em enfrentar
os seus próprios erros", afirmou o deputado socialista António Braga, em
declaração política, no plenário da Assembleia da República, acrescentando que
o Executivo liderado por Passos Coelho está "desnorteado" e
"tornou o Estado imprevisível para os cidadãos".
O
parlamentar do PS acusou o líder da coligação PSD/CDS-PP e as suas recentes
declarações de serem um factor de condicionamento do Tribunal Constitucional,
numa "posição grosseiramente ilegítima porque viola o princípio da
separação de poderes".
"Nem a
democracia nem o texto constitucional estão suspensos. Ao Governo cabe cuidar
que as suas actividades legislativas não invadam o texto constitucional. Não
estamos condenados a uma fatalidade. O PS tem anunciado o seu caminho. O
Governo e a maioria isolaram-se na construção desta política de austeridade",
continuou Braga, apontando "outro caminho" e a Europa como solução.
O líder da
bancada do CDS, Nuno Magalhães, acusou os socialistas de fazerem "um
diagnóstico de quanto pior melhor", em clara "estratégia
eleitoral".
"Portugal
está a cumprir com o memorando que os senhores negociaram e assinaram com a
troika. O PS radicaliza na palavra, mas tem responsabilidade e bom senso na
escrita, quando escreve cartas aos parceiros internacionais, prometendo cumprir
o acordado", denunciou o parlamentar democrata-cristão, reconhecendo
contudo "o desemprego aumentou mais do que o previsto".
Para António
Braga, "este é o sétimo memorando, documento com o qual o PS não tem
rigorosamente nada a ver" e "para o qual não foi tido nem
achado". O deputado socialista provocou ainda os homólogos centristas,
questionando qual o CDS que vale, se "o que pede remodelações ou o que
defende as políticas do Governo".
Os
Comunistas e Bloco de Esquerda concordaram em condenar a "austeridade
sobre austeridade" protagonizada pelo Executivo da maioria, na necessidade
de romper com o programa de ajustamento económico-financeiro e na condenação
daquilo que consideram ser uma "híper dramatização" de Passos Coelho.
"É
vergonhoso este Governo e o seu fanatismo. Não acertou uma e não assume qualquer
responsabilidade na situação. Agora há ameaças veladas, em forma de pressão
sobre o TC. A maioria de direita vive mal com a responsabilidade do TC. Temos
um primeiro-ministro, tipo Calimero, a interferir com um órgão de soberania da
República Portuguesa", afirmou a bloquista Cecília Honório, embora
sublinhando a "ambiguidade" dos socialistas.
O
parlamentar do PCP Paulo Sá reforçou o "total falhanço da política da
troika, levada a cabo pelo governo PSD/CDS, que não resolveu qualquer problema
do país, mas os agravou-os", acrescentando ainda que o Orçamento do Estado
para 2013 "insiste nas mesmas políticas" e os seus responsáveis,
incluindo pelas inconstitucionalidades, são o PSD e o CDS".
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