terça-feira, 29 de maio de 2012

CASO DAS SECRETAS: Presidente da Ongoing quer instrução do processo


Nuno Vasconcellos quer contestar a acusação do Ministério Público antes do julgamento. João Luís, ex-diretor operacional do SIED, e Jorge Silva Carvalho, querem ir já para julgamento.
O presidente do grupo Ongoing, Nuno Vasconcellos, acusado de corrupção ativa, é o único arguido do chamado "caso das secretas" a pedir a abertura da fase de instrução, confirmou esta tarde o DN junto de fonte próxima do processo. Tal como Jorge Silva Carvalho, ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), João Luís, antigo diretor operacional, também pretende avançar de imediato para julgamento. Porém, ambos terão que aguardar pelo encerramento da instrução.
Em declarações ao DN, Paulo Simão Caldas, advogado que representa João Luís (acusado de um crime de abuso de poder e outro de acesso indevido a dados pessoais) adiantou: "Não vamos pedir a abertura da instrução. Queremos ir diretamente para julgamento". A mesma intenção, recorde-se, foi defendida por João Medeiros, advogado de Jorge Silva Carvalho (acusado de corrupção passiva, violação do Segredo de Estado, abuso de poder e acesso indevido a dados pessoais).
O caso das secretas nasceu de uma suspeita sobre um ato de espionagem ao jornalista Nuno Simas. A acusação da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) sustenta que Jorge Silva Carvalho e João Luís obtiveram uma lista com a faturação detalhada do jornalista. Por outro lado, Silva Carvalho e Nuno Vasconcellos são acusados de corrupção: o Ministério Público considera que a contratação do primeiro para os quadros do grupo Ongoing (proprietário do jornal Diário Económico) foi uma contrapartida dada ao ex-diretor do SIED pela informação que, nestas funções, cedeu àquele grupo empresarial.
Carlos Rodrigues Lima e Valentina Marcelino
DN de 29-5-2012

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