Eduardo Dâmaso - A ministra da Justiça recebeu um
elogio na 5ª avaliação da troika por algumas das reformas realizadas, mas esta
semana obteve um ainda maior quando os fiéis de Sócrates a atacaram por ter
dito que os tempos de impunidade acabaram
É, aliás, muito simbólico que a demissão da
ministra seja pedida pelo deputado Lello, que se 'esqueceu' de declarar um
ganho superior a meio milhão de euros ao Tribunal Constitucional. E é simbólico
porque tal pedido ocorre na mesma semana em que a ministra reafirma a
criminalização do enriquecimento ilícito.
Percebe-se o drama dessa gente que toda a vida
ocupou cargos políticos e, por isso, deveria ser facilmente determinável o seu
património mas não é. Pelo meio, há sempre uns figurantes sem importância para
amplificar a gritaria, mas o essencial está na lei do enriquecimento ilícito:
ela não interessa a um certo PS, nem a um certo PSD ou CDS.
O chamado Bloco Central dos Interesses luta pela
manutenção da impunidade e vai tentar atropelar toda a gente, sobretudo a
ministra. Como se viu no Freeport e na Face Oculta. Como se viu nos seis anos
desastrosos que o PS deixou na Justiça e no País.
Eduardo
Dâmaso, director-adjunto
Correio
da Manhã de 29-09-2012
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