Ordem de destruição das escutas a Sócrates “é definitiva”
01.04.2012 - 11:47 Por PÚBLICO
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do
Nascimento, considera que a decisão do Tribunal Constitucional sobre as escutas
a José Sócrates tem sido “mal lida”.
“O que o Tribunal Constitucional decidiu não teve nada a ver com os quatro despachos de destruição de escutas. Isto é surrealista, porque é ler o que lá não está”, disse Noronha do Nascimento, numa entrevista ao Diário de Notícias, quando questionado sobre se entendia que o recente despacho do Constitucional sobre o caso significava que a sua decisão de destruir algumas escutas não era definitiva.
“O que o Tribunal Constitucional decidiu não teve nada a ver com os quatro despachos de destruição de escutas. Isto é surrealista, porque é ler o que lá não está”, disse Noronha do Nascimento, numa entrevista ao Diário de Notícias, quando questionado sobre se entendia que o recente despacho do Constitucional sobre o caso significava que a sua decisão de destruir algumas escutas não era definitiva.
Para Noronha do Nascimento, a decisão do Tribunal Constitucional
(TC) “foi muito mal lida” por quem tem aquele entendimento. “Dei quatro
despachos, dois no último semestre de 2009 e os outros dois no primeiro
semestre de 2010. Quatro despachos sobre a destruição das escutas, e nenhum
deles, nenhum!, foi objecto de recurso sobre a inconstitucionalidade”, afirma.
“As escutas que são mandadas destruir são irrelevantes” e
“aquilo que é objecto de recurso para o TC é um despacho que dou quase sete,
oito, nove meses depois, que não tem nada a ver com a inconstitucionalidade. E
é esse despacho que depois um dos arguidos diz que é inconstitucional não haver
recurso do despacho dado pelo presidente. E o TC disse: ‘Não é nada
inconstitucional’”, explica o presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
No seu entendimento, o que o Constitucional disse sobre o caso
foi que, sobre a destruição de escutas, “o que se pode é discutir,
eventualmente, se a destruição das escutas vai ou não inquinar outra prova que
se faça no julgamento. Isto pode discutir-se, mas isto é regra de direito.”
José Sócrates era primeiro-ministro quando escutas no âmbito do
processo “Face Oculta” gravaram conversas suas com suspeitos que estavam sob
investigação.
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