João Palma desafia IGAI a investigar PSP
Suspeita sobre agentes provocadores é “grave”, diz Sindicato do Ministério Público
A suspeita de que a PSP usou “agentes provocadores” na manifestação de dia 24, em Lisboa, exige a investigação imediata da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), defende o líder sindical do MP. O bastonário dos advogados exige um inquérito parlamentar.
“É uma boa oportunidade para a IGAI fazer uma prova de vida”, afirma João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (MP), após o JN publicar, ontem, fotografias (inicialmente divulgadas no blogue www5dias.net) com dois agentes da PSP à civil a lutar contra o Corpo de Intervenção desta polícia e, depois, em detenções de manifestantes junto à Assembleia da República, no dia da greve geral. O dirigente sindical observa que “o Governo anterior apostou no esvaziamento da IGAI” e, desde que esta é liderada pelo juiz Varges Gomes, “nunca se lhe viu uma iniciativa que justifique a sua existência”. Daí que a desafie a provar que está viva. “Este caso justifica a sua existência. A comprovarem-se os agentes provocadores, é grave”, diz João Palma, que foi inspector da IGAI até há três anos.
“Se isto acontecesse no tempo de Rodrigues Maximiano, a inspecção-geral já estava no terreno”, diz o deputado António Filipe, sobre o primeiro líder da IGAI (sucedido por Clemente Lima e Varges Gomes). O comunista também quer uma investigação da IGAI, mas discorda da proposta de uma comissão parlamentar de inquérito.
Já o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, diz que actuação da PSP “vergonhosa e indigna” merece inquérito parlamentar. “Devem ser exemplarmente punidos os comandantes policiais ou membros do Governo que permitiram essas práticas”.
Marinho e Pinto observa que “o objectivo dos agentes provocadores é desacreditar a contestação social à política do Governo”. “Pelo que me apercebi, tiveram atitudes mais radicais, para levar as pessoas a segui-los”, afirma, acrescentando: “Ficámos com dúvidas sobre se não foram outros [agentes da PSP] que lançaram cocktails molotov para as repartições de finanças”.
Para o bastonário, também “a PGR deveria abrir imediatamente um inquérito”. Quanto à IGAI, as fontes do MAI ouvidas pelo JN afirmaram desconhecer as suas intenções.
Pormenores
PSP NEGA QUE SÃO PROVOCADORES
Os dois indivíduos vestidos à civil fotografados a lutar contra elementos do Corpo de Intervenção são agentes da investigação criminal da PSP confirmou a Direcção desta polícia, em declarações publicadas, ontem, no JN, onde diz que eles não faziam o papel de “agentes provocadores”.
AJUDAVAM OS MANIFESTANTES
A PSP afirmou que os dois polícias estavam na primeira linha da manifestação para “garantir que o exercício do direito à manifestação por parte dos cidadãos faz-se de forma livre”.
Nelson Morais
Suspeita sobre agentes provocadores é “grave”, diz Sindicato do Ministério Público
A suspeita de que a PSP usou “agentes provocadores” na manifestação de dia 24, em Lisboa, exige a investigação imediata da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), defende o líder sindical do MP. O bastonário dos advogados exige um inquérito parlamentar.
“É uma boa oportunidade para a IGAI fazer uma prova de vida”, afirma João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (MP), após o JN publicar, ontem, fotografias (inicialmente divulgadas no blogue www5dias.net) com dois agentes da PSP à civil a lutar contra o Corpo de Intervenção desta polícia e, depois, em detenções de manifestantes junto à Assembleia da República, no dia da greve geral. O dirigente sindical observa que “o Governo anterior apostou no esvaziamento da IGAI” e, desde que esta é liderada pelo juiz Varges Gomes, “nunca se lhe viu uma iniciativa que justifique a sua existência”. Daí que a desafie a provar que está viva. “Este caso justifica a sua existência. A comprovarem-se os agentes provocadores, é grave”, diz João Palma, que foi inspector da IGAI até há três anos.
“Se isto acontecesse no tempo de Rodrigues Maximiano, a inspecção-geral já estava no terreno”, diz o deputado António Filipe, sobre o primeiro líder da IGAI (sucedido por Clemente Lima e Varges Gomes). O comunista também quer uma investigação da IGAI, mas discorda da proposta de uma comissão parlamentar de inquérito.
Já o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, diz que actuação da PSP “vergonhosa e indigna” merece inquérito parlamentar. “Devem ser exemplarmente punidos os comandantes policiais ou membros do Governo que permitiram essas práticas”.
Marinho e Pinto observa que “o objectivo dos agentes provocadores é desacreditar a contestação social à política do Governo”. “Pelo que me apercebi, tiveram atitudes mais radicais, para levar as pessoas a segui-los”, afirma, acrescentando: “Ficámos com dúvidas sobre se não foram outros [agentes da PSP] que lançaram cocktails molotov para as repartições de finanças”.
Para o bastonário, também “a PGR deveria abrir imediatamente um inquérito”. Quanto à IGAI, as fontes do MAI ouvidas pelo JN afirmaram desconhecer as suas intenções.
Pormenores
PSP NEGA QUE SÃO PROVOCADORES
Os dois indivíduos vestidos à civil fotografados a lutar contra elementos do Corpo de Intervenção são agentes da investigação criminal da PSP confirmou a Direcção desta polícia, em declarações publicadas, ontem, no JN, onde diz que eles não faziam o papel de “agentes provocadores”.
AJUDAVAM OS MANIFESTANTES
A PSP afirmou que os dois polícias estavam na primeira linha da manifestação para “garantir que o exercício do direito à manifestação por parte dos cidadãos faz-se de forma livre”.
Nelson Morais
Jornal de Notícias 2011-12-02
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