sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Percepção da corrupção e apelo ao seu combate

Cabeças leves
Segundo um estudo internacional, Portugal melhorou na percepção da corrupção. Em 2009, o país ocupava o 35º lugar. Em 2011, está em 32º. Como explicar esta espantosa evolução? Não, obviamente, porque houve um decréscimo real da corrupção; muito menos porque a justiça pátria começou a investigar e a punir, com outra dureza, os praticantes da modalidade. A ‘melhoria’ deve-se ao declínio dos casos mediáticos: os portugueses sentem que o país está menos corrupto, não porque ele esteja menos corrupto – mas porque há menos barulho nas televisões e nos jornais.
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Esta descoberta deve ser celebrada. E se o país quer ocupar o topo da lista já para o ano, talvez o caminho seja proibir a comunicação social de noticiar qualquer caso suspeito. Uma censura eficaz e uma justiça naturalmente anedótica são a receita para sermos os campeões da transparência.
Os portugueses, no fundo, são como os maridos enganados: se não souberem de nada, é menos um peso na cabeça.
Correio da Manhã, 2.12.2011




Ministra apela aos jovens no combate à corrupção
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, pediu ontem, em Lisboa, o “empenho” dos jovens sociais -democratas para o combate pela criminalização do enriquecimento ilícito, que terá a oposição sempre dos “mesmos”, apesar de o direito penal não ter “efeitos retroactivos”.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, e o seu homólogo do CDS, Nuno Magalhães, têm, até ao dia 7, de garantir o consenso em torno de um texto para o grupo de trabalho sobre o tema no Parlamento. A extensão deste tipo de criminalização ao sector privado, contra “o grande corruptor”, como definiu a ministra, é o ponto mais difícil. O PSD sempre quis esta hipótese, mas o CDS manifestou reservas, devido à ineficácia de alguns conceitos ao aplicar a lei.
Correio da Manhã, 2.12.2011

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