O Monumento à Justiça de Fafe,
evocativo da "paulada" como forma de resolver os conflitos, está
implantado nas traseiras do tribunal da comarca, mas esta proximidade desagrada
ao presidente da câmara, que defende a deslocalização da estátua. "A
localização actual, para além de não dar ao monumento a dignidade que merece,
também não me parece a mais adequada, face à proximidade com o tribunal. Acho
que há ali um choque entre a justiça de um Estado de direito e a justiça pelas
próprias mãos", disse à Lusa o autarca José Ribeiro.
A câmara já
lançou uma auscultação pública à população, cujo resultado promete divulgar em
breve, para decidir se a estátua fica no local onde foi implantada em 1981 ou é
transferida, e para onde. O monumento é uma homenagem à Lenda da Justiça de
Fafe, que alude a um episódio do séc. XVIII protagonizado pelo visconde de
Moreira de Rei. Deputado às Cortes, terá chegado atrasado a uma sessão daquele
órgão monárquico, no que terá sido censurado grosseiramente por um marquês,
também deputado, que lhe chamou "cão tinhoso". Na época, os conflitos
resolviam-se em duelo. Ao ofendido cabia escolher as armas e, quando todos
pensavam que iria preferir espadas ou pistolas, o visconde apresenta-se para o
reencontro munido de dois resistentes varapaus. O marquês não sabia manejar tal
arma e acabou por levar uma grande sova.
Os assistentes
não se contiveram e gritaram, em coro, "Viva a Justiça de Fafe".
PÚBLICO/Lusa
| 05-09-2012
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