Um ex-administrador do
Freeport Alan Perkins disse esta terça-feira no Tribunal do Barreiro que o
intermediário Charles Smith lhe disse que o grupo britânico pagou em 2001 ao
ministro do Ambiente [que na altura era José Sócrates] e outra pessoa cerca de 200
mil euros em troca da licença do outlet que viiria a ser construído em
Alcochete, uma vez que havia eleições e que este poderia não ser reeleito.
Certo é que a licença foi concedida na última semana do mandato do executivo
liderado por António Guterres.
Por: Sónia Trigueirão
Segundo Alan Perkins, que
nunca mencionou directamente o nome de José Sócrates, referindo-se sempre ao
"ministro do Ambiente", a verba entregue pela Freeport oscilava entre
os 200 e os 220 mil euros (150 mil libras esterlinas).
Numa reunião no Mónaco, em
Janeiro de 2006, onde esteve Charles Smith e outros representantes da Freeport,
esse tema foi referido. Smith disse a Perkins que receava que, por os
pagamentos terem passado pelas contas da sua empresa, as Finanças pudessem querer
pagamentos de impostos.
'Pinóquio', 'Bernardo' e
'Gordo' foram nomes referidos a Alan Perkins como tendo sido as pessoas que
receberam dinheiros ilícitos. Segundo a testemunha, Smith disse que o dinheiro
foi para uma pessoa que não usava o seu nome próprio e que recebia também
através de outras pessoas.
Mais à frente, o
ex-responsável do Freeport clarificou, no seu testemunho feito por
video-conferência, que "pinóquio" era o ministro do Ambiente [José
Sócrates], e que 'Gordo e Bernardo' eram primos, pessoas que recolhiam o
dinheiro pelo ministro.
Inicialmente, Perkins não quis
concretizar, mas falou em "primos e altos representes
políticos".
No processo, a decorrer no
Tribunal do Barreiro, os arguidos são Charles Smith e Manuel Pedro.
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Ler também a edição do DN.
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