O último dia do ano é propício a reflectir sobre o passado e a
perspectivar o futuro.
Obviamente, não é irrelevante nem um, nem outro, mas o mais
importante é atentar no presente, pois a verdadeira generosidade para com o
futuro consiste em dar tudo ao presente (Camus).
Na Justiça, está--se permanentemente com os olhos no futuro, pois
há sempre uma multiplicidade de reformas em preparação, onde, mais com fé do
que com trabalho, se deposita a esperança da resolução dos seus problemas. Tais
reformas, entenda-se, novas leis, raramente alcançam os objectivos prometidos
pelos seus autores, pois habitualmente se descura a preparação da sua
implementação, quer ao nível das condições materiais e financeiras, quer ao
nível da formação dos seus aplicadores, indispensável a que, antecipadamente,
se suscitem e resolvam grande parte das questões jurídicas que qualquer nova
lei traz.
Neste momento, além da nova organização judiciária,
perspectivam-se alterações importantes nos Códigos de Processo Civil e de
Processo Penal, todas pretendendo alcançar uma Justiça com maior qualidade e
celeridade. Que 2013 seja um bom ano de preparação, não se repetindo os erros
do passado.
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