sábado, 24 de novembro de 2012

FACE OCULTA: Penedos responsabiliza procurador por fuga de informação


por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca

Paulo Penedos, arguido no processo "Face Oculta", responsabilizou hoje o procurador adjunto do Ministério Público (MP) Carlos Filipe por fuga de informação, sobre um inquérito em que está a ser investigado juntamente com o seu pai José Penedos.
Em causa está uma notícia divulgada hoje pelo semanário 'Sol' sobre uma certidão extraída do processo "Face Oculta" para investigar as suspeitas de corrupção e tráfico de influência em concursos da REN - Redes Energéticas Nacionais.
O processo relacionado com adjudicações a empresas para as quais Paulo Penedos trabalhava como advogado, foi remetido para o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, tendo regressado recentemente a Aveiro.
Na edição de hoje, o jonral publica excertos de transcrições de escutas telefónicas constantes no processo, nomeadamente de conversas do advogado com o pai, o ex-presidente da REN, e com administradores de empresas ligadas à área da energia.
Paulo Penedos acusa Carlos Filipe, procurador que está afecto aos processos relacionados com o caso "Face Oculta", de não ter preservado o segredo de justiça, lembrando que nos dois anos em que o processo esteve em Lisboa não houve nenhuma notícia.
O advogado estranha ainda que a notícia tenha saído na mesma semana em que começaram a ser ouvidas as suas testemunhas de defesa no "Face Oculta" e na véspera da semana em que vão ser ouvidas as testemunhas abonatórias do seu pai.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Penedos considerou que Carlos Filipe não tem condições para estar a dirigir este inquérito e exigiu que o procurador explique porque é que excluiu uma empresa - que não identificou - do quadro das empresas que selecionou para a certidão.
Paulo Penedos anunciou ainda que o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, vai apresentar ainda hoje uma participação no Ministério Público por violação do segredo de justiça.
Sobre o novo inquérito, Paulo Penedos esclareceu ter já prestado declarações no MP, indicando que demonstrou que era advogado da maior parte das empresas em causa antes de o seu pai ser presidente da REN e que todo o trabalho que fez para essas empresas, nada tinha que ver com aquela empresa.
Diário de Noticias, 24-11-2012


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