por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca
Paulo Penedos, arguido no processo "Face Oculta",
responsabilizou hoje o procurador adjunto do Ministério Público (MP) Carlos
Filipe por fuga de informação, sobre um inquérito em que está a ser investigado
juntamente com o seu pai José Penedos.
Em causa está uma notícia divulgada hoje pelo
semanário 'Sol' sobre uma certidão extraída do processo "Face Oculta"
para investigar as suspeitas de corrupção e tráfico de influência em concursos
da REN - Redes Energéticas Nacionais.
O processo relacionado com adjudicações a empresas para as
quais Paulo Penedos trabalhava como advogado, foi remetido para o Departamento
de Investigação e Acção Penal de Lisboa, tendo regressado recentemente a
Aveiro.
Na edição de hoje, o jonral publica excertos de transcrições
de escutas telefónicas constantes no processo, nomeadamente de conversas do
advogado com o pai, o ex-presidente da REN, e com administradores de empresas
ligadas à área da energia.
Paulo Penedos acusa Carlos Filipe, procurador que está
afecto aos processos relacionados com o caso "Face Oculta", de não
ter preservado o segredo de justiça, lembrando que nos dois anos em que o
processo esteve em Lisboa não houve nenhuma notícia.
O advogado estranha ainda que a notícia tenha saído na mesma
semana em que começaram a ser ouvidas as suas testemunhas de defesa no
"Face Oculta" e na véspera da semana em que vão ser ouvidas as
testemunhas abonatórias do seu pai.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Penedos considerou que
Carlos Filipe não tem condições para estar a dirigir este inquérito e exigiu
que o procurador explique porque é que excluiu uma empresa - que não
identificou - do quadro das empresas que selecionou para a certidão.
Paulo Penedos anunciou ainda que o seu advogado, Ricardo Sá
Fernandes, vai apresentar ainda hoje uma participação no Ministério Público por
violação do segredo de justiça.
Sobre o novo inquérito, Paulo Penedos esclareceu ter já
prestado declarações no MP, indicando que demonstrou que era advogado da maior
parte das empresas em causa antes de o seu pai ser presidente da REN e que todo
o trabalho que fez para essas empresas, nada tinha que ver com aquela empresa.
Diário
de Noticias, 24-11-2012
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