terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sistema de informações deve avançar este mês

A falta de partilha de informação útil à atividade policial é um dos pontos críticos diagnosticados pelo Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) no estudo encomendado pelo Governo socialista. Seis anos depois, os problemas de coordenação por falta de informação subsistem, mas podem ser resolvidos já este mês, com a estreia da Plataforma de Interoperacionabifidade de Informação Criminal (PIIC). 
A existência de várias tutelas e multiplicação de forças e serviços de segurança que produzem informação diversa, a inexistência de uma cultura de partilha de informações, “associada à competição” entre as polidas, e a falta de interoperabilidade entre as infraestruturas tecnológicas são apenas algumas questões levantadas pelo IPRI. Face a esta conclusão, em 2009 foi aprovada a lei para a criação de uma Plataforma de Interoperacionabilidade de Informação Criminal, na qual cada policia tem acesso à informação por níveis, de acordo com as suas necessidades profissionais. A plataforma deverá ser inaugurada já este mês, garantiu ao DN fonte do PSD.
Uma medida essencial, segundo o major da GNR Pedro Moleirinho: ‘Considerando o nosso Sistema de Segurança Interna, devem ser aprimorados os mecanismos de coordenação e colaboração, sendo imprescindível a partilha consequente da informação, utilizando plataformas assentes nas tecnologias de informação.”
Os casos em que, no terreno, se notou a falta de cooperação (ver exemplos ao lado) são gritantes. “Há confusões inacreditáveis e não é um problema do Conselho Superior de Segurança Interna, é um problema de terreno, a nível distrital”, disse ao DN o ex-ministro da Administração Interna Ángelo Correia, que tem participado em diversos estudos. Mais: “Quando comparado com os modelos policiais de outros países, Portugal é um caso isolado de expressão de paroquialismo.” Os problemas colocam-se mesmo ao nível da formação de cada força. “Há formações tático-policiais para cada força e não há coordenação: o que uma sabe, a outra não pode saber.” Por isso considera urgente a criação de uma entidade comum, na qual o sistema de informações deve ficar na estrutura da P1, que considera a força de investigação criminal por excelência.
“Oficiais da PJ, da PSP e da GNR deviam verter a informação detalhada para esse sistema, que depois seria transmitido às autoridades policiais por níveis de acesso”, disse. É nestes moldes que funcionará o PIIC, permitindo que numa investigação criminal possa haver informações das várias forças de segurança. 

Diário de Notícias de 1-10-2012

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